Do site da
LSR
Por LSR Rio de Janeiro - 20 de setembro de 2012

A cidade do Rio de Janeiro está
em debate como a muito não se via! Enquanto o atual prefeito e seus comparsas
fingem que a cidade é maravilhosa para todos e todas, a maior parte da
população sofre com a falta de atendimento de saúde, com uma educação pública
entregue aos marqueteiros e sem autonomia pedagógica, com remoções, altas taxas
no transporte público de péssima qualidade entre outras mazelas que aprofundam
a desigualdade social e mostram que a cidade do Rio é será cada vez mais para
poucos, além disso não podemos deixar de mencionar as comprovadas ligações
escusas entre o atual prefeito e o crime organizado e as máfias.
Mas este cenário de descaso com a
população infelizmente não é novo no Rio de Janeiro, a diferença nessa eleição
é a possibilidade concreta de uma alternativa de projeto diferente, coletivo,
que traz a certeza de que nada deve parecer natural.
Eduardo Paes do PMDB, mesmo
partido de Sergio Cabral, que é citado por ligações escusas com a empreiteira
Delta, possui um amplo apoio dos partidos tradicionais de direita, e de outros
que até bem pouco tempo se diziam de esquerda, são 20 os partidos que compõe a
sua coligação e dão ao atual prefeito 16 minutos de campanha publicitária na
TV, mais que alguns jornais televisivos. Sua campanha está entre as mais caras
do país, o atual prefeito arrecadou 6.993.680,49 reais para essa campanha, com
doadores como Abolição veículos 15 mil, Carvalho Hosken Engenharia e
Construções 150 mil, Coesa 200 mil, CRBS S/A 300 mil, Even Construtora e
Incorporadora 50 mil, Gotland Veículos 15 mil, Postos Ipiranga 100 mil,
Multiplan Empreendimentos Imobiliários 500 mil, RJ refrescos - distribuidora da
Coca Cola - 4.278 reais, San Diego veículos 20 mil, Vamarco Particip. Administ.
e Empreendimentos 150 mil e o comitê financeiro municipal, único através do
qual os doadores não são identificados 5 milhões 894 mil e 402,49 reais.
A unidade da classe dominante em
torno de Paes não é por acaso, o Estado do Rio de Janeiro tornou-se a vitrine
dos megaprojetos e megaeventos e a capital, a cidade do Rio de Janeiro, a sede
da “festa dos grandes negócios”. Até o ano de 2020 o governo do estado estima
que seja investido aproximadamente 1,9 trilhões de reais no estado. Os
megaeventos, copa do mundo em 2014 e Olimpíadas em 2016 aprofundam o projeto
econômico em curso no Estado que concentra renda, solo e produtos naturais. São
megaempreendimentos voltados para a exportação do pré-sal, as grandes
siderúrgicas e os portos.
As grandes corporações já lucram
ao extremo, principalmente com investimentos do BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social). Os desembolsos desta instância pública
saltaram de 20 bilhões em 1999, para 140 bilhões em 2011. Enquanto isso a
cidade do Rio de Janeiro alcançou o último lugar entre as capitais brasileiras
no Índice de Desempenho do Sistema Único de Saúde (Idsus), possui o pior
atendimento de saúde a população. Na educação não é diferente, o Rio tem o pior
Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) entre as cidades do sudeste
do país.
Mas este bloco de unidade da
burguesia não contava com a primavera carioca, a unidade entre aqueles que não
querem mais este projeto que só privilegia as empreiteiras, construtoras e
grandes corporações. O Freixo já alcançou 18% nas pesquisas e não para de crescer
a cada nova divulgação de intenção de votos, com fortes possibilidades de
alcançar o segundo turno. Freixo vem chamando os movimentos sociais para
construir uma campanha coletiva. Foram 3 mil jovens na Cinelândia afirmando “a
juventude fecha com Freixo”. Centenas de educadores, militantes da saúde,
feministas, ativistas LGBTTT’s, sim, estes também “fecham com Freixo”. A
primavera carioca resgata a velha tradição da militância na rua, que “acredita
em seu ideal e por isso não ganha um real”. São novos tempos, com o resgate da
velha política combativa, unitária, coletiva, aonde o povo ocupa as praças,
ruas, espaços públicos e não se cala!
O debate político coletivo,
participativo e militante vem renascendo, mas são passos iniciais! Não podemos
cometer os mesmos erros das gerações anteriores, junto com a esperança temos
que trazer as lições e conclusões que aprendemos. Hoje Marcelo Freixo é
fundamental para reascender a crença na luta política, no entanto não podemos
perder a dimensão popular da luta direta, mas isso só vai se concretizar se
esta mobilização social continuar. Acreditamos que o PSOL é um partido
necessário para servir como uma ferramenta de luta para o povo, por isso, deve
ser radicalmente democrático, funcionado por núcleos de base onde os militantes
do partido discutam e decidam seus rumos e não os gabinetes e/ou mandatos, o
partido e seus parlamentares devem girar em torno das decisões de seus
militantes organizados e não o contrário. Esta é a hora de chamarmos a
juventude e as pessoas que se reencantam com a política, para construir o PSOL,
fundar núcleos do partido em seu bairro, sua escola, etc. Queremos mais que
ouvir a voz da juventude e dos movimentos sociais, queremos sentir a força de
suas ideias, queremos os frutos de sua luta organizada!
A responsabilidade da candidatura
do Marcelo Freixo é enorme e não deve se resumir na eleição, mesmo em um
possível governo do PSOL com Freixo, as lutas sociais vão ser ainda mais
necessárias, pois para derrotar as OSS’s e combater os contratos fraudulentos
com as grandes corporações, vamos ter que pressionar a burguesia. Afinal um
possível governo do PSOL não esta lá para gerenciar o capital e sim para
combatê-lo, neste sentido, mais do que nunca a organização popular, autônoma e
combativa, deve utilizar dos seus métodos de luta para ajudar a pressionar a
burguesia e gerar mudanças efetivas nos rumos da cidade. Para tanto, a unidade
da esquerda é fundamental, e a luta de classe deve vir em primeiro lugar.
Queremos que a esquerda combativa atue junta no dia a dia denunciando os
ataques da burguesia e exigindo nossos direitos!
Não é verdade que todo apoio é
igual no segundo turno. Já aprendemos com a história do PT que as alianças e
unidades, mesmo que pontuais, com setores não classistas só servem para
fragilizar a luta dos trabalhadores e reforçar as instituições burguesas.
Queremos o apoio dos trabalhadores e não de nossos patrões, nosso inimigos,
como o PSDB. Somos oposição ao que chamamos de Lulismo e é tarefa do PSOL se
construir como uma alternativa de fato, por isso é necessário identificarmos a
oposição de direita que no frigir dos ovos tocam a mesma “música” dos que estão
hoje no poder.
Rumo aos segundo turno! Fechamos com Freixo!
Fechamos com um projeto
alternativo, que se diferencie tanto do Lulismo quando da direita tradicional:
Nem “Lulismo” e base aliada, nem tucanos!!!
Fechamos com o PSOL e com a
necessidade de nos fortalecemos como alternativa real para os trabalhadores e
trabalhadoras!
Fechamos com o fortalecimento das
lutas, das greves, dos movimentos sociais e pela defesa dos nossos direitos de
forma autônoma, combativa e democrática!
Este é um momento oportuno para
que a militância socialista, aguerrida e combativa do PSOL, junto com Freixo,
se construa como um projeto alternativo para a população. A nossa vitória
dependerá da nossa capacidade de nos diferenciarmos de tudo que esta aí e de
sairmos mais fortes, e mais organizados como uma referência para a população e
a juventude carioca e brasileira!
Não aceitamos mais este sistema podre que só favorece
os ricos, que mata, escraviza e oprime, “não me ataca, não abusa, não sufoca,
que eu não deixo”! Pelo fim do capitalismo e por uma sociedade socialista e
livre! Rumo ao segundo turno com Marcelo Freixo PSOL 50!!!