segunda-feira, 29 de julho de 2013

Defesa Civil pede interdição da EMEF Heitor Villa Lobos

Por José Afonso da Silva


Membros da Defesa Civil fizeram uma vistoria na EMEF Heitor Villa Lobos no dia de hoje e, de acordo com o parecer dos engenheiros, a escola necessita de uma reforma urgente. De acordo com os engenheiros, a escola deve ser interditada para reforma, pois o risco para professores (as), funcionários e alunos é eminente.
A falta de manutenção no prédio da EMEF Heitor Villa Lobos vem sendo alvo de reclamações e denúncias há anos e como nada foi feito, a situação chegou ao estado em que se encontra.
Por várias vezes as professoras da escola fizeram essa denúncia e as autoridades municipais, como sempre fazem, deram de ombros. Inclusive eu, quando tive a oportunidade de usar a palavra na Tribuna Popular da Câmara Municipal, adverti que havia salas em que o teto estava prestes a cair sobre a cabeça dos alunos a qualquer momento. Mas como geralmente acontece, os vereadores ficaram muito mais preocupados em defender seus respectivos egos que os interesses da população.
A política do jeitinho e do enrola-enrola chega uma hora que não funciona mais. Por isso a situação chegou ao ponto em que chegou.
A EMEF Heitor Villa Lobos é conhecida por ser uma ótima escola e é muito procurada pela comunidade, e com razão, pois devido ao esforço e dedicação dos professores (as) e funcionários (as), fez com a escola tenha sido primeira lugar no IDEB nos anos anteriores.
Embora o município de Taboão da Serra, ostentasse o título de Cidade Educadora, todos sabiam que por trás da bela, ostensiva e cara propaganda do governo Evilásio, tudo não passava de marketing. Muitas escolas encontram os mesmo problemas, muitos podem ser vistos simplesmente olhando pelo lado de fora do portão. Já do lado de dentro, devido ao abandono, sabe-se se lá os riscos que correm os que ali estudam e trabalham.
Infelizmente, o governo Fernando Fernandes vai na mesma toada, muita propaganda e pouca ação concreta pra resolver os problemas.
Falta de tudo, de uniformes pras crianças; giz, papel sulfite, e etc. para professores (as) e condições de trabalho. Mas pelo que tudo indica, o verdadeiro perigo parece estar na estrutura dos prédios.

É necessário uma vistoria em todos as escolas municipais de Taboão Serra ou podemos esperar pelo pior? Onde está os mais de 400 mil reais economizados nas escolas durantes os primeiros meses do ano? 
As escolas não podem esperar!

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Informe da reunião com o presidente do Conisud Chico Brito

Por José Afonso da Silva (com base em informes de um dos presentes na reunião) clique aqui para ler.

Representantes de diversos movimentos dos municípios de Embu das Artes, Taboão da Serra Itapecerica da Serra e Juquitiba se reuniram na tarde desta quarta-feira, dia 17 de julho de 2013, o prefeito de Embu das Artes, Chico Brito, atual presidente do Conisud,.
O objetivo da reunião era apresentar a pauta dos movimentos a respeito das reivindicações para melhoria do transporte coletivo na região elaborada pelos representantes dos movimentos.
A pauta foi apresentada com os seguintes pontos que foram discutidos com o presidente do Conisud:
* Revogação de todos os aumentos de 2013;
 * Abertura de todas as planilhas do transporte;
* Não ter aumentos ate 2016;
* Bilhete metropolitano integrado;
* Trazer o metro para mais cidades da região;
* Tarifa zero.

Bilhete metropolitano integrado:
O prefeito Chico Brito disse que já está em discussão um projeto com o Conselho Metropolitano de Desenvolvimento que abrange este aspecto da pauta. Mesmo porque, segundo ele, as novas tecnologias precisam ser elaboradas e implantadas para tal. Disse ainda, que quando se trata de convênio entre municípios vizinhos, cabe ao governo do estado subsidiar a implantação do bilhete integrado metropolitano e esta discussão também já está em pauta no Conselho Metropolitano de Desenvolvimento.
Abertura de todas as planilhas do transporte;
Chico Brito disse que não é possível garantir a entrega das planilhas de custos das empresas intermunicipais, mas que as do munícipio sim. O mesmo se comprometeu a entregar as de Embu da Artes (empresa ARCAV), logo na segunda-feira, e ele propôs uma reunião para a abertura dessas planilhas.
Foi sugeriu também uma reunião com o presidente da EMTU, Conisud e representantes dos movimentos dos municípios. A data ainda não foi fechada, que segundo ele poderia ser de 15 dias a 6 meses.
Revogação de todos os aumentos de 2013
Chico Brito usou argumentos técnicos, afirmando que não houve aumento da passagem durante dois anos e que mesmo com a redução de impostos ainda assim não possível revogar este aumento sem ajuda do governo federal estadual.
Tarifa zero.

Defendeu a tarifa zero, no entanto, disse que essa é uma responsabilidade do governo estadual e federal. Propôs que na visita que Alckmin fará a cidade brevemente,  que os movimentos se mobilizem para exigir esta pauta governador.

Não ter aumentos ate 2016;

Disse que se não houver ajuda do governo federal e estadual será impossível impedir os aumento anuais, mas que os mesmo serão feitos após audiências públicas, com abertura de planilhas e com base na inflação.
Estatização do transporte
Ele diz que para o transporte ser estatizado o dinheiro tem que vir de algum lugar, pois há necessidade de ele ser subsiado e apenas 25% dos impostos arrecadados voltam para as cidades, o que torna insuficiente para atender todas as áreas.
Trazer o metro para mais cidades da região
Propõe levar esta pauta para o governo do estado.

Por fim, Chico Brito, se comprometeu em encaminhar toda a pauta aos prefeitos do Conisud e abrirá espaço para que os movimentos possam debate-las com os mesmos.
O prefeito ficou muito mais preocupados em justificar suas dificuldades e jogar a responsabilidade pelo não atendimento da pauta para o governo do estado e para o governo federal.
Segundo os participantes da reunião, os argumentos do prefeito são frágeis e por isso as mobilizações devem continuar, pois a reunião também demonstrou que existe espaço para arrancar dos prefeitos nossa pauta de reivindicações.






terça-feira, 16 de julho de 2013

Dia 17/07, movimentos da região apresentarão pauta no Conisud

No próximo dia 17 de julho, no horário das 12 horas, os movimentos que organizaram a luta contra o aumento das passagens em nossa região estarão participando da reunião do Conisud, onde apresentaram uma pauta de reivindicação aos prefeitos das cidades de Cotia, Embu das Artes, Embu-Guaçu, Itapecerica da Serra, Juquitiba, São Lourenço, Taboão da Serra e Vargem Grande Paulista, sobre o problemas dos aumentos das passagens e etc...
Leia o texto que será distribuído à população durante a reunião:

17/7 na reunião do Conisud (Consorcio Intermunicipal Região Sudoeste de São Paulo)

VAMOS COBRAR DOS PREFEITOS AS MELHORIAS NO TRANSPORTE COLETIVO

Os movimentos que tomaram as ruas de nossa região e que continuam organizando a luta pela redução das tarifas do transporte coletivo formaram o Fórum Regional de Lutas com o objetivo de unificar e fortalecer nossas ações.

No dia 17 de julho, os prefeitos da região do Conisud (Cotia, Embu das Artes, Embu-Guaçu, Itapecerica da Serra, Juquitiba, São Lourenço, Taboão da Serra e Vargem Grande Paulista), estarão reunidos na prefeitura de Embu. O Comitê Regional de Lutas será recebido nesta reunião, ao meio dia, quando apresentaremos aos prefeitos a nossa pauta de reivindicações, que tem 6 pontos fundamentais para a população desses municípios:

* Revogação de todos os aumentos de 2013;
 * Abertura de todas as planilhas do transporte;
* Não ter aumentos ate 2016;
* Bilhete metropolitano integrado;
* Trazer o metro para mais cidades da região;
* Tarifa zero.

A redução das tarifas foi só a primeira vitória. Temos que seguir na luta. Esta luta é de todos os usuários do transporte coletivo. Participe!


Fórum Regional de Lutas

sexta-feira, 12 de julho de 2013

O resgate da bandeira do MTST

Por José Afonso da Silva

Ontem, “Dia Nacional de Greves, Paralisações e Manifestações” chamado pelas centrais sindicais e movimentos populares de todo país, teve seu fechamento de forma magistral.
Mais de duas mil pessoas  das ocupações organizados pelo MTST saíram em marcha da ocupação Novo Pinheirinho de Embu das Artes até o eixo sul do Rodoanel, no entroncamento da BR 116.
Durante o percurso a marcha do MTST ganhou força com a adesão de manifestantes de Taboão da Serra do movimento “Vem pra Rua Taboão” e do MPL de Embu das Artes.
Para fechar o dia 11/06 com chave de ouro, as duas pistas da BR 116 foram bloqueadas por mais de duas horas. Os pneus em chamas tinham o simples objetivo de zelar pela segurança de todos que estavam ali, já que por muitas vezes carros costumam avançar contra os manifestantes.
O ato seria perfeito, se não fosse pela ação irresponsável da Polícia Rodoviária Estadual que tirou a faixa do MTST que estava pendurada em uma das pontes do Rodoanel e ainda espancou os militantes que pacificamente a seguravam.
Os companheiros (as), em pouco número neste momento, se viram obrigados a se evadirem sob chutes e cassetes para não serem presos. Logo após esse incidente foram disparadas cerca de 10 bombas de efeito moral e alguns companheiros (as) foram atingidos por balas de borracha. Esses mesmo policiais ficaram com o bandeirão do MTST.
Mas como esse povo não costuma se amedrontar com pouca coisa, o travamento continuou e além das exigências que constam na pauta de reivindicações do movimento, foi exigido a devolução imediata do bandeirão como condição para que a Rodovia fosse liberada.
Após 30 minutos de espera, enfim, foi devolvido o bandeirão do MTST que foi recebido pela multidão aos gritos de “ aha uhu, o bandeirão é nosso!”.
Antes de terminar o travamento do Rodoanel , o bandeirão foi estendido em um dos viadutos do Rodoanel (foto acima), e os manifestantes vibraram entoando o grito de guerra do movimento: “MTST, a luta é pra valer!, Criar, Criar, poder poular”. E assim o Dia Nacional de lutas foi encerrado com chave de ouro.

Parabéns a todos aqueles que no dia 11 de julho fizeram greves e participaram das inúmeras manifestações  que ocorreram em todo país. A imprensa e os governos tentaram desqualificar esse dia, mas sabemos que quanto mais eles falam mal, só demonstra o quanto têm medo da luta do povo.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Nenhum passo atrás diante da enrolação de governos e patrões!


Continuar a luta até arrancarmos nossas reivindicações!
 


Ocupar as ruas, unificar as lutas e construir uma verdadeira greve geral de 24 horas! 
E
sse dia nacional de greves e manifestações representa um marco para a continuidade da luta por nossas reivindicações.

As mobilizações de massas de junho abriram um novo período para a luta de classes no Brasil. Em poucas semanas mais de dois milhões tomaram as ruas em cerca de 500 cidades.

Foram três ou quatro semanas que fizeram explodir as contradições de mais de duas décadas de neoliberalismo, incluindo os dez anos de gestão lulista/petista do capitalismo brasileiro.

A conquista da redução das tarifas de transporte em várias cidades mostrou que é possível derrotar os governos.

Petistas, tucanos e seus aliados aumentaram juntos as tarifas de transporte, jogaram juntos a polícia contra os manifestantes e tiveram que recuar juntos diante da força das ruas.

Foram derrotados juntos e abraçados estão vendo seus índices de popularidade derreter em todos os níveis de governo.

O poder, a amplitude e a persistência das mobilizações provocaram perplexidade e pânico nos palácios, mansões, gabinetes, estúdios de TV e redações dos jornalões da burguesia.

Sem abrir mão da repressão, os representantes da classe dominante passaram a tentar desviar o curso das mobilizações, disputar os rumos do movimento.

Não sairemos das ruas!

D
epois de muita perplexidade, vacilação e ziguezagues, Dilma Rousseff tenta tirar o povo das ruas canalizando a insatisfação popular para as vias institucionais sob seu controle. O governo acenou com a possibilidade de realização de um plebiscito sobre a reforma política onde quem define a pauta são eles e não nós.

O plebiscito defendido pelo PT e por Dilma não vai perguntar se queremos ou não 10% do PIB investidos em educação já, a tarifa zero nos transportes ou então a suspensão do pagamento da dívida interna e externa aos tubarões capitalistas para financiar tudo isso.

Por trás da ideia vaga de reforma política, o governo pretende oferecer mudanças cosméticas, um leve toque de maquiagem para esconder a face horripilante do sistema político e econômico desse país.

Quem vai pagar a conta?

J
unto com isso, grandes empresários, banqueiros e todo tipo de parasitas especuladores, junto com seu exército de economistas e comentaristas adestrados e muito bem pagos, alertam contra o “preço excessivo das ruas”.

Argumentam eles: “tudo bem dar algumas concessões limitadas para conter a turba ensandecida, mas vamos com calma, afinal quem vai pagar a conta no final?”.

Nós respondemos em alto e bom som: quem deve pagar as contas pela garantia dos nossos direitos básicos é a parcela ínfima que construiu sua montanha incalculável de riqueza com base na especulação e exploração de milhões de brasileiros!

São aqueles que lucram com a Copa, com Belo Monte, com os leilões das reservas de petróleo, com a privatização dos portos, aeroportos e estradas. Aquele punhado de 20 mil megainvestidores que detém 80% dos títulos da dívida pública e embolsam 45% do orçamento federal.

Continuar a luta até a vitória!

N
ossa pauta de reivindicações, mesmo partindo de reivindicações simples e básicas como o direito ao transporte público gratuito, acaba tendo que mexer no coração desse sistema injusto ao apontar quem e como financiar isso.

Essa luta sobre quem paga é que vai definir se transporte, educação e saúde são direitos ou são mercadorias.

Os trabalhadores e a juventude nas ruas já disseram em alto e bom som: são nossos direitos e lutaremos por eles!

Não vamos desocupar as ruas em nome de promessas vagas!

As ações do dia 11 de julho tem que continuar sob a forma de campanhas salariais unificadas no segundo semestre, manifestações massivas, greves, paralisações e ocupações.

Esse movimento deve servir para construirmos uma verdadeira GREVE GERAL de 24 horas! É preciso parar o país e demonstrar a força da classe trabalhadora em aliança com estudantes e todos os oprimidos em nossa sociedade.

Essa luta precisa ser organizada pela base, através de Comitês de Luta ou Assembleias Populares em cada bairro, local de trabalho e de estudo. Essa é a única forma de impedir que as Centrais Sindicais governistas e burocratizadas abafem o movimento e desviem seu caminho.

Um grande Encontro nacional unificado de trabalhadores da cidade e do campo, estudantes, mulheres, negros e negras, comunidade LGBTT, deve ser convocado e organizado pela base. Esse Encontro deve construir uma pauta comum de reivindicações e um plano de ação unitário para o próximo período.

Construir isso é a tarefa da esquerda socialista (PSOL, PSTU, PCB e organizações políticas que fazem oposição de esquerda ao governo) junto com as entidades do movimento sindical e popular que se mantém independentes de governos e patrões.

Não há tempo a perder! É preciso construir uma Frente de Esquerda e dos Trabalhadores com um programa socialista! Por uma alternativa de esquerda, socialista e democrática contra o lulismo e o tucanato!

Nossas bandeiras de luta:
·      TARIFA ZERO nos transportes públicos! Estatização do sistema de transporte com controle democrático dos trabalhadores e usuários!
·      Nenhum corte nos gastos e investimentos sociais! Mais investimentos na qualidade do transporte e serviços públicos!
·      Garantir os recursos necessários através da suspensão do pagamento da dívida municipal ao governo federal que só beneficia um punhado de especuladores!
·      Dinheiro público para saúde e educação e não para os estádios e obras da Copa! 10% do PIB para a educação JÁ! 10% do orçamento para a saúde já!
·      Não às remoções! Pelo direito à moradia garantido a todos e todas!
·      Não às leis de exceção da Copa! Pelo direito democrático de manifestação! Não à criminalização dos movimentos sociais e à repressão! Liberdade e fim dos processos sobre os manifestantes! Basta de violência policial racista na periferia! Desmilitarização da polícia!
·      Aumentos salariais de acordo com a inflação! Congelamento dos preços dos alimentos e tarifas públicas! Redução da jornada de trabalho sem redução de salários! Fim do fator previdenciário e anulação da reforma da previdência. Não ao PL ampliando as terceirizações!
·      Por uma Frente de Esquerda e dos Trabalhadores com um programa socialista! Construir uma alternativa de esquerda, socialista e democrática contra o lulismo e o tucanato!



PSOL - corrente Liberdade, Socialismo e Revolução – LSR
www.lsr-cit.org – lsr@lsr-cit.org – tel: 11 3104-1152

Venha construir essa luta conosco. Participe da Reunião aberta da LSR.


quarta-feira, 10 de julho de 2013

Ações dos movimentos populares, sindicatos e juventude na região de Taboão da Serra


Os trabalhadores, jovens e movimentos populares de Taboão da Serra, Embu das Artes e Itapecerica da Serra estarão participando e contribuindo com a paralisação nacional de amanhã, dia 11 de julho.

·           MTST e Periferia Ativa:
O MTST e o Movimento Periferia Ativa irão participar ativamente das ações deste 11 de julho - Dia Nacional de Lutas.
Saída do Acampamento Novo Pinheirinho do Embu às 16 horas, de onde sairão em passeata até a Rodovia Regis Bittencourt e Rodoanel.
(O MTST estará participando das mobilizações do dia 11 de julho com uma pauta específica da reforma urbana, assim como as pautas gerais do movimento).

·           Taboão da Serra
Movimento Vem pra Rua Taboão: Concentração na Praça Luís Gonzaga a partir das 14h. Em seguida os jovens sairão em passeata até a rotatória da Av. Rotary, onde esperarão a passeata do Acampamento Novo Pinheirinho do Embu (MTST)

Sindicato dos Metalúrgicos: Paralisarão várias fábricas importantes da região durante o período da manhã e reforçarão manifestação dos trabalhadores metalúrgicos em Osasco.
Sindicato dos Químicos e Marceneiros: Paralisarão várias fábricas importantes da região durante o período da manhã e reforçarão manifestação dos trabalhadores da categoria no centro de São Paulo.
·           Embu das Artes:
Movimento Vem pra Embu: Início da concentração no coreto Lgo. 21 de Abril às 14h (Em seguida sairão em passeata até o Rodoanel)
·           Itapecerica da Serra

Início da concentração na Pç. da Matriz às 14h (Ainda não está fechado pra onde irá a passeata)


Abaixo pauta específica que será defendida pelo MTST e Periferia Ativa durante as ações do dia 11 de julho.

São os seguintes pontos de pauta em relação à Reforma Urbana:
Combate à especulação imobiliária, federalizando a implementação do Estatuto das Cidades e encaminhando ao Congresso projeto de Nova Lei do Inquilinato.
- Implantação de política federal de desapropriação de terrenos ociosos e destinação de terrenos da União (SPU) para habitação popular.
- Política de combate a despejos forçados, criando Secretaria específica no Ministério das Cidades.
Qualificação e desburocratização do Programa MCMV Entidades, aumentando os recursos destinados e estabelecendo tamanho mínimo de 55 m2 para as habitações.
- Construção de política federal de aluguel social.

Além disso, defenderemos as bandeiras gerais que marcam a luta dos trabalhadores neste 11 de julho:
- Não à violência policial nas periferias. Contra a criminalização das lutas populares!
- Saúde e Educação "Padrão FIFA". Nada de dinheiro para a Copa e Olimpíadas!
- Controle sobre o valor dos aluguéis. Contra as remoções!
- Tarifa Zero para o transporte público!

- Redução da jornada de trabalho para 40 hs. semanais, sem redução de salário!

sábado, 6 de julho de 2013

Mursi deposto - nenhuma confiança nos generais

Pela ação independente dos trabalhadores e pobres
04/07/2013

Por Robert Bechert, CIT (www.socialistworld.net)
  
A deposição e detenção do presidente Mursi pelas forças armadas marcam um novo estágio, desafiador, mas potencialmente perigoso nos desdobramentos da revolução egípcia.
O fim de Mursi veio rapidamente com mobilizações envolvendo até 17 milhões de pessoas, o que equivale a aproximadamente 20% da população de Egito (veja o artigo “Enormesprotestos pedem a queda de Mursi”).
A escala, o poder e a velocidade deste movimento foram chocantes. Foi uma ilustração de algo visto frequentemente nas revoluções: após o período inicial de esperança e euforia, há frequentemente movimentos massivos renovados daqueles decepcionados com o que parecem ser os parcos resultados obtidos.
O Egito viu uma queda rápida no apoio a Mursi, um apoio que sempre foi limitado. No primeiro turno da eleição presidencial do ano passado Mursi ganhou com apenas 5,7 milhões de votos, aproximadamente 11% do eleitorado do Egito (51 milhões). Os 13,2 milhões de votos de Mursi no segundo turno se explicam, na maior parte, pelo desejo de barrar seu rival Shafiq, ex-comandante da força aérea e ministro de Mubarak.
Cada vez mais Mursi e seu governo da Irmandade Muçulmana enfrentaram a oposição de muitas fontes. Até agora as debilidades da revolução em trazer melhorias econômicas e sociais concretas e a crise econômica crescente fomentou greves e protestos. A tentativa fracassada de "golpe institucional" para conseguir mais poder por parte de Mursi, em novembro 2012, representou um marco para muitos, assim como seu apoio declarado à polícia depois que mais de 40 pessoas morreram em batalhas armadas contra as forças da segurança em janeiro passado em Port Said.
A tentativa de domínio da Irmandade Muçulmana produziu também a oposição crescente dos segmentos seculares e cristãos, além de seus rivais religiosos islâmicos como o partido Nour, fundamentalista sunita, que se juntou aos protestos no fim de junho.
Pode-se dizer que o que vimos foram duas lutas separadas contra Mursi. De um lado, há um movimento popular de massas, mas de outro, os remanescentes do estado “profundo” de Mubarak, especialmente o alto comando das forças armadas que têm seus próprios interesses econômicos e políticos e que estão tentando explorar a oposição massiva para sua própria vantagem.

Potencial revolucionário e perigo contrarrevolucionário

Estes dois elementos ilustram o potencial e os perigos que a revolução do Egito enfrenta.
A velocidade e o fôlego do movimento mostram a tremenda energia e o potencial da revolta. Mas, na ausência da construção de um movimento independente dos trabalhadores capaz de lutar por uma alternativa socialista, a cúpula das forças armadas, ajudados por um grupo de políticos pró-capitalistas, pôde aproveitar-se da situação. Os generais estavam evidentemente receosos de que a situação poderia sair do controle do seu ponto de vista de classe. Há informes dos trabalhadores iniciando greves em 3 de julho e mais trabalhadores planejando greves anti-Mursi para 4 de julho, algo que poderia ter conduzido a classe trabalhadora a tomar ações de massas, incluindo uma greve geral. Os generais claramente buscaram tomar a iniciativa de depor Mursi antes que um levante popular o fizesse.
Os líderes militares agiram para defender seus próprios interesses pessoais e os interesses de uma parte da classe dominante do Egito. Ao mesmo tempo, apreciaram o apoio tácito das principais potências imperialistas e também da classe dominante de Israel. Houve apenas uma crítica suave por parte de Obama e de outros líderes imperialistas sobre o golpe dos generais, com reivindicações genéricas por democracia. Dados seus históricos, os líderes das forças armadas e de segurança egípcios dificilmente poderão reivindicar-se como “democratas”. Mas isto não preocupa Obama e companhia que estão bem satisfeitos com regimes autoritários na Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, no Qatar, etc.
Este golpe militar de facto permitiu que Mursi pose como um defensor da democracia e alegue a oposição a ele foi coordenada “pelos restos do velho regime” que pagou com o “dinheiro da corrupção” os ataques à Irmandade Muçulmana e “trouxe o velho regime de volta para o poder.” Não há dúvida de que elementos do velho regime de Mubarak estão envolvidos no movimento contra Mursi, mas os protestos de massa se fundamentam na oposição e na decepção com a Irmandade Muçulmana. Ao mesmo tempo, não há dúvida também que alguns setores que apoiam Mursi o fazem por causa de sua oposição às forças armadas, especialmente por causa de suas memórias da repressão brutal do velho regime de Mubarak sobre toda a oposição incluindo a Irmandade Muçulmana.
Nesta situação é absolutamente essencial que os esforços sejam redobrados para construir um movimento independente de trabalhadores, não apenas sindicatos, que possam oferecer uma alternativa e um chamado real àqueles trabalhadores e pobres que estão apoiando Mursi para fazer oposição às forças armadas e à velha elite. Esta é a única maneira que o movimento dos trabalhadores pode tentar limitar a capacidade dos agrupamentos religiosos fundamentalistas reacionários de se apresentarem como os principais oponentes a um regime controlado pelos militares.
A importância disso fica clara diante do perigo contínuo de divisões sectárias que se aprofundam entre sunitas, cristãos, xiitas e grupos mais seculares. Já alguns comentadores estão advertindo que a Irmandade Muçulmana pode ser empurrada para o lado pelos setores mais fundamentalistas, os agrupamentos jihadistas em luta contra os seculares e as forças armadas pró-ocidente.  Enquanto a situação ainda não é esta, não se pode esquecer que o cancelamento das eleições na Argélia em janeiro 1992 promovido pelas forças armadas para impedir a vitória da Frente de Salvação Islâmica (FSI) conduziu a uma guerra civil de oito anos, que custou entre 44.000 e 200.000 vidas e que puxou para trás o desenvolvimento da luta das massas na Argélia.

Os trabalhadores não podem apoiar este golpe

Não pode haver nenhum apoio por parte dos socialistas a este golpe de estado. O movimento crescente da classe trabalhadora necessita manter sua independência das forças armadas e de Mursi. O envolvimento das forças de oposição chamadas de "liberais" ou de “esquerda”, como o agrupamento Tamarod (Rebelde), com as forças armadas é um tiro que sairá pela culatra. Eles serão vistos como colaboradores, especialmente se as forças armadas usarem métodos repressivos e autoritários contra seus oponentes ou futuros movimentos dos trabalhadores e greves. Os líderes dos trabalhadores não devem ter nada a ver com governos militares ou pró-capitalistas. Caso contrário, é possível que a Irmandade Muçulmana, ou outras forças similares, tentem assumir a direção de futuras lutas anti-austeridade e anti-repressão.
As forças armadas já estão mostrando como querem que as coisas funcionem. Primeiramente estabeleceram uma estrutura de poder dominada por elementos pró-capitalistas, e então permitirão que as pessoas votem. Os generais apontaram um presidente novo e planejam instaurar um governo civil tecnocrata "forte e competente", ao lado de um comitê para revisar a constituição, enquanto a corte suprema encaminhará um projeto de lei sobre eleição parlamentar e se prepararão para eleições parlamentares e presidenciais.
Relata-se que muitos manifestantes anti-Mursi sentem-se “empoderados” após sua remoção, mas apesar da enorme rejeição a Mursi e do fato de que as manifestações de massa foram tremendamente significativas, isto não significa em si mesmo que há um “empoderamento” das massas. Ter o poder de fato é uma questão de organização e de quem detém o controle do Estado. No Egito, atualmente, são os generais que estão tentando consolidar seu próprio poder pelas costas do movimento de massa.
Inevitavelmente nesta crise econômica o novo governo será pressionado pelo FMI para começar as chamadas “reformas" que incluirão provavelmente cortes aos subsídios e outras medidas de austeridade. Isto sedimentará bases para a luta de classe quando as forças armadas e seu governo tentarem partir para a ofensiva, possivelmente usando cada vez mais medidas autoritárias e brutais para tentar impor sua vontade.
Por isso é tão importante que o movimento popular se organize para lutar por suas próprias demandas e contra a instauração de um regime sustentado pelos militares.

A classe trabalhadora deve construir sua própria alternativa

Há dois anos e meio atrás, no dia em que Mubarak renunciou, o CIT distribuiu um panfleto no Cairo defendendo: "Nenhuma confiança nos chefes militares! Por um governo dos representantes dos trabalhadores, pequenos agricultores e pobres!".
As palavras de ordem daquele panfleto são válidas ainda hoje. Nós defendemos que:
“a massa do povo egípcio deve afirmar seus direitos e decidir o futuro do país. Nenhuma confiança deve ser depositada nas figuras do regime ou de seus senhores imperialistas para administrar o país ou organizar as eleições. Deve haver eleições imediatas, inteiramente livres e garantidas por comitês massivos dos trabalhadores e pobres, para uma assembleia constituinte revolucionária que possa decidir o futuro do país.
“O processo já iniciado de formação dos comitês locais e organizações genuinamente independentes dos trabalhadores precisa ser acelerado e espalhado de forma mais ampla, além de articulado nas diferentes regiões. Um chamado claro para a formação de comitês democráticos eleitos e organizados em todos os locais de trabalho, comunidades e entre a base das forças armadas encontraria uma resposta ampla.
“Estes organismos devem coordenar a remoção do velho regime, manter a ordem, garantir os suprimentos e, o mais importante, devem ser a base para um governo dos representantes dos trabalhadores e dos pobres que esmagaria os restos da ditadura, defenderia direitos democráticos e começaria a ir ao encontro das necessidades econômicas e sociais da massa dos egípcios.”
Desde então houve um avanço tremendo no movimento dos trabalhadores egípcios em termos de sindicatos, comitês e experiência de ação. Isto fornece base para criar o tipo do movimento de massas necessário.
Em fevereiro de 2011 nós escrevemos que a revolução egípcia podia ser “um exemplo enorme aos trabalhadores e aos oprimidos ao redor do mundo, de que a ação de massas pode derrotar governos e regimes, não importando quão fortes possam parecer.”.

Isto é tão real hoje como era então. O movimento de massas renovado no Egito pode inspirar aqueles que não estão vendo mudanças reais com as revoluções, como no caso da Tunísia, ou que se alarmam diante da degeneração da luta na Síria no que se torna cada vez mais uma guerra civil sectária, ou diante da contínua repressão na Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, etc. Mas enquanto os últimos dias no Egito mostraram a força potencial da ação de massas, mostraram também outra vez a necessidade do movimento dos trabalhadores ter um programa e um plano de ação claramente socialistas, caso contrário outras forças podem tentar desviar, e finalmente derrotar, a revolução.