quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

NOTA DO MTST SOBRE A OCUPAÇÃO VILA NOVA PALESTINA

Da Coordenação Estadual do MTST

O MTST realizou mais uma ocupação de luta por moradia digna em São Paulo no último dia 29 de novembro. A ocupação, batizada de Vila Nova Palestina, conta com mais de 4000 pessoas e se localiza num imenso latifúndio urbano na região do Jardim Ângela (zona sul).

A reação da Prefeitura de São Paulo a esta e outras ocupações que ocorreram na cidade nos últimos meses é preocupante. Em alguns casos houve despejo pela GCM sem ordem judicial, o discurso de vários membros do governo é de criminalização das ocupações e a abertura para negociações efetivas é muito restrita. Só sentar para dialogar não adianta, é preciso estar aberto a soluções e às propostas dos movimentos sociais.

O MTST tem sido questionado por membros do governo com a alegação de que estaríamos fazendo ocupações e mobilizações na gestão petista e que não teríamos tido a mesma postura com os governos tucanos e com Kassab. Afirmações como essas expressam ou má informação ou má intenção.

Estamos sem dúvida alguma entre os movimentos que mais fez e faz lutas em relação aos governos tucanos. Nos últimos anos foram inúmeras marchas ao Palácio dos Bandeirantes, bloqueios de rodovias estaduais e ocupações em terrenos do governo estadual. Apenas neste ano foram 3 marchas ao Palácio e 4 ocupações do prédio da CDHU. Nas gestões municipais Serra/Kassab ocupamos terrenos públicos do município, fizemos várias manifestações na Sehab e estivemos na linha de frente nas denúncias e lutas contra os incêndios criminosos em favelas da capital.

O que não podemos concordar é com a política de dialogar e atender apenas movimentos de um determinado campo partidário ou com determinadas formas de luta. Não é porque Haddad assumiu a Prefeitura que vamos parar de pressionar pelos nossos objetivos. Entendemos aliás que essa é a melhor contribuição que podemos dar a uma política habitacional mais ousada, na medida em que é preciso combater na prática a especulação imobiliária, principal vilã do déficit habitacional urbano no país.

Outra acusação que temos recebido está mascarada de preocupação ambiental. O vereador Gilberto Natalini entrou com representação no Ministério Público contra nossa ocupação, alegando risco à represa do Guarapiranga. Com isso, apenas demonstra seu profundo desconhecimento da realidade da região. Há assentamentos consolidados muito mais próximos da represa do que a ocupação Vila Nova Palestina, que está no lado oposto da Estrada do M’Boi Mirim. A não ser que a intenção do vereador seja despejar mais de 1 milhão de pessoas que moram naquela região.

Talvez haja algo mais que desconhecimento. Os poderosos interesses imobiliários tem usado todo tipo de argumentos e práticas para despejar ocupações e comunidades em São Paulo. O pretexto ambiental é só mais um. Principalmente quando as planilhas do TSE mostram que o Comitê financeiro do PV, que financiou a campanha de Natalini, recebeu somas milionárias de empreiteiras como a OAS, Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez e Odebrecht, entre outras.

O MTST e os moradores da ocupação Vila Nova Palestina não cederão às pressões e acusações infundadas vindas de onde vierem. Continuaremos buscando uma solução pacífica e negociada para as milhares de famílias que precisam de moradia na região do Jardim Ângela. Esperamos ainda que a Prefeitura de São Paulo reveja a postura de endurecimento que tem tomado e se empenhe conosco em encontrar uma alternativa habitacional para os sem-teto.

COORDENAÇÃO ESTADUAL DO MTST

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