Ato Ecumênico 04/01/2014 às 10h
Há
um ano atrás, mais precisamente às 23h20m do dia 04 de janeiro de 2013, vários
policiais encapuzados entraram aos gritos de “polícia, polícia” num bar do
Jardim Rosana (bairro do Campo Limpo) e de forma covarde e premeditada atiram contra
os seus frequentadores. Menos de cinco minutos depois várias viaturas da
polícia militar do estado de São Paulo apareceram, recolheram as capsulas das
balas e interditaram o local impedindo qualquer um de entrar. Obviamente para
eliminar qualquer vestígio ou pistas que os incriminassem.
Cinco
jovens morreram na hora e outros dois “morreram a caminho” do hospital,
totalizando sete mortos e dois feridos. Entre os mortos estavam Dj Lah, do
conexão do morro, que em suas músicas narrava o cotidiano da violência na
periferia.
Os sete mortos na chacina do Jardim Rosana se
somavam aos mais de 600 jovens assassinados desde o mês de junho de 2012,
vítimas de um suposto fogo cruzado entre policiais e setores do crime
organizado. A imensa maioria dos jovens
não tinham antecedentes criminais e foram mortos na esquina de casa, no bar,
voltando da balada ou mesmo vindo da escola.
Num
primeiro momento a imprensa reproduziu o argumento da polícia militar, na qual
as chacinas eram promovidas por membros do PCC e uma grita apavorada e
conservadora da opinião pública clamava por sangue a cada policial morto. Hoje,
está mais do que provado a responsabilidade direta dos agentes da polícia
militar nas chacinas de jovens da periferia.
Mas
também se confirmou a que o vazamento intencional de dados de policiais (endereço,
rotina e etc) do quartel de Itaquaquecetuba foram responsáveis pelas mortes de policiais
durante aquele período.
A
educação promovida nos quartéis embrutecem o homem que veste a farda a ponto de
este odiar manifestantes, grevistas, direito de manifestações, democracia, direitos
humanos, e, principalmente, jovens,
pobres e pretos das periferias das grandes cidades.
As
grandes manifestações de Junho trouxeram à luz toda a brutalidade da polícia
militar e essa brutalidade foi um dos estopins responsáveis por colocar milhões
de pessoas nas ruas de todo país, obrigando, mesmo que temporariamente, um
recuo nas ações violentas das polícias militares.
No
entanto, 2014 é ano de Copa do Mundo e todos os governos, do PSDB ao PT, com
base na Lei da Copa, se preparam para garantir a tranquilidade do evento
comprando carros blindados, armas de choque, canhões d´água e aumentando o
efetivo militar. Está claro que assim como nas manifestações de 2013, os grupos
isolados que tem como prática a ação direta do enfrentamento serão o argumento
necessário para justificar a prisão e repressão a todas as organizações
políticas e populares que sairão às ruas neste ano.
Por
isso e muito mais é necessário que o aniversário da chacina do Jardim Rosana deve
ser lembrada para que outros jovens não sejam vítimas da violência cruel,
inescrupulosa e desumana dos agentes da polícia militar.
Todos
ao Ato Ecumênico para lembrar a chacina do Jardim Rosana que acontecerá amanhã,
04/01/2014, sábado, às 10h da manhã, na Rua Reverendo Peixoto da Silva, Jardim Rosana. Vá de camiseta branca e
concentrem-se ao lado da quadra do Dora.
Estamos todos na luta.
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