quarta-feira, 5 de junho de 2013

Atos contra o aumento das tarifas e repressão policial é a marca da atual conjuntura

Por José Afonso da Silva

Por todo país, prefeitos e governadores anunciam aumento das tarifas dos transportes públicos. Descontente, a população se rebela contra os aumentos. Em contrapartida os governos vêm se utilizando do aparato militar-policial para reprimir violentamente as manifestações, num claro flagrante de desrespeito ao direito democrático de manifestação popular.
Em Porto Alegre, milhares de estudantes ocuparam as ruas e se dirigiram até o Paço Municipal para protestarem contra o aumento da passagem que passou de R$ 2,85 para R$ 3,05. A força policial era enorme, mas não resistiu a pressão que teve eco no judiciário que aceitou uma liminar solicitada pelo PSOL contra o aumento que acabou por ser revogado.
Em Natal, estudantes secundaristas e universitários, professores e trabalhadores saíram às ruas contra o aumento que elevava a tarifa de R$ 2,20 para R$ 2,40. A passeata ocorria pacificamente até que o Batalhão de Choque da polícia militar recorreu a bombas de efeito moral, gás lacrimogênio, balas de borracha, agressão aos manifestantes e prisões.
Não satisfeito com a repressão, o Juiz Federal Magnus Delgado, deixando claro qual é o papel da justiça no Rio Grande do Norte, pediu a presença da Tropa de Choque da Polícia Rodoviária Federal e do Rio Grande Norte para impedir as manifestações que bloqueassem a BR 101. De acordo com o Juiz a decisão procurava garantir “o direito de ir e vir”, “desrespeito e crimes contra a indefesa população de Natal”.
O juiz não prestou atenção que o aumento da passagem, assim como a violência policial sim vai contra a população.
Pela pressão popular o aumento foi reduzido para R$ 2,30, uma forma de amenizar a pressão sobre o prefeito Carlos Eduardo. No entanto, a luta contra o aumento continua.
Em Goiânia, a passagem aumentou de R$ 2,70 para R$ 3,00. Na manifestação de 28/06 a violência policial foi a mais truculenta registrada até agora nos atos que ocorreram contra o aumento da passagem no país com dezenas de feridos e pelo menos 24 presos.
O aumento foi abusivo o que levou órgãos como o Procon e o Ministério Público a exigirem a revogação da nova tarifa até que sejam feitos estudos mais aprofundados das planilhas de custos.
Corre pelas redes sociais uma moção de repúdio a repressão policial aos estudantes que participaram da manifestação.
Em São Paulo, a tarifa aumentou neste último domingo de R$ 3,00 para R$ 3,20 nos ônibus e no metrô, mas também na região metropolitana de São Paulo. O aumento foi praticamente uma parceria entre o prefeito Fernando Haddad e o governador Geraldo Alckmin.
Já foi organizados dezenas de atos na periferia de São Paulo em protesto contra o aumento da passagem, alguns organizados pelo Movimento Passe-Livre e outros foram espontâneos.
Mas o primeiro grande ato centralizado ocorrerá amanhã, 06 de junho, às 17h, quinta-feira, em frente ao Teatro Municipal. O ato tem o objetivo de demonstrar ao prefeito e governador o descontentamento da população com o novo valor da passagem de uma transporte ineficiente e caro.
Com o slogan “Se a passagem não abaixar, São Paulo vai parar” milhares estarão presentes no centro da capital paulista.
Quando do último aumento da passagem, quando foi para R$ 3,00, as manifestações foram grandes e em um delas, ocorrida em frente a prefeitura, a polícia militar foi chamada por Kassab para reprimir os manifestantes. Muitos manifestantes saíram feridos, inclusive parlamentares do PT. A questão agora é se o PT, que desta vez é governo, fará o mesmo que Kassab, chamando a polícia e demonstrando assim que sua participação naquela manifestação nada mais foi que uma forma de desgastar o então prefeito para se beneficiar eleitoralmente.
É preciso parar com a violência policial
O direito de manifestação é garantido pela Constituição Federal de 88, no seu artigo 5°. No entanto, medidas repressivas como interdito proibitórios, multas aos sindicatos que fazem assembleias em porta de fábricas e em grandes avenidas, prisões e violência policial apontam para uma política de criminalização dos que ousam levantar a voz contra as arbitrariedades dos governos. Isso quando as ações não vêm junto com o aval do judiciário que nessas horas deixa bem claro de que lado está.
Não importa o partido que esteja à frente do governo, a política é sempre  a mesma: criminalização dos lutadores
A resposta do movimento deve ser mais mobilização, pois se houver recuo, ao invés de diminuírem a repressão e criminalização, fará aumentar. Todos ás ruas!





Um comentário:

  1. professores a hora é agora de entrar junto nesse movimento pedindo a valarização de salarios e colocar 1 fim na arrogancia de nossos politicos que so querem valorizar o proprio bolso e continuar a opressão aos professores. mostre que voçes comos educadores merecem ser valorizadose não só a copa das confederações

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