
Presumo também que ninguém se ateve com
antecedência as possíveis conseqüências que teria uma foto de uma criança
ostentando a suástica nazista a frente do bloco da escola Darcy Ribeiro.
Deixo claro também que meu interesse em
denunciar a foto está longe de querer punições a quem quer que seja pela
compreensão acima exposta. O que não significa que o caso não deva ser tratado
como grave.
Em minha opinião, a gravidade da questão se
inicia pelo fato de que ninguém na escola tenha questionado ou mesmo prevenido
sobre o uso de um símbolo que levou milhões a morte durante o governo de Adolf
Hitler e na segunda guerra mundial.
Seja por descuido, ignorância ou mesmo por
imaginar que estariam levando história ao público que assistia o desfile: Foi
tremendamente errado, absoluto mau gosto e antipedagógico. Não importa o
contexto, nem uma justificativa é plausível.
Lembremos que em vários países da Europa há
um reavivamento do nazismo travestido em partidos nacionalistas. Esses partidos
se aproveitam da crise econômica na zona do euro, do desemprego e da crise do
refugiados para propagandear suas políticas de intolerância e criminalização a
estrangeiros.
Agora, tão lamentável quanto o uso da
suástica nazista no desfile de Taboão da Serra, é a postura de alguns em
silenciar o fato: “exagero”, “o desfile foi lindo, não há motivos para alarde”,
era só uma aula de história”. Pior ainda são os argumentos do tipo: “vão querer
fazer disputa política com isso?”, “ah, mas houve ditaduras mais sangrentas que
o nazismo”.
A cruz e a suástica – Dois pesos e duas
medidas
Quando uma transexual encenou a crucificação
de Jesus na parada gay de São Paulo, a comunidade religiosa fundamentalista e
ultra homofóbica fez um grande escarcéu chamando o ato de blasfêmia, de
desrespeito a religião cristã. Ao mesmo tempo em que mentiam ao utilizar outras
imagens que se quer eram da parada ou de grupos LGBTs, no intuito de satanizar
a comunidade gay.
No entanto, os argumentos a respeito do uso
da suástica nazista feita por esses setores fundamentalistas e homofóbicos é
que se trata de exagero, de gente que não gosta de Taboão da Serra. Alguns
argumentam que o desfile estava lindo, bem organizado e foi uma demonstração de
civilidade e amor a pátria. Não por causa de uma “imagem” que se deve falar mal
do desfile.
Não, não é só uma imagem! É uma crítica a um
símbolo de morte. Símbolo que inclusive tem seu uso considerado crime de acordo
com a Lei 7.716/89 prevê no seu artigo 20.
Mais errado de quem usou a suástica
nazista é de quem procura passar panos quentes ou ignorar o fato.
A resposta correta que a administração,
assim como a escola, deveria dar seria a seguinte: Pedimos desculpas pelo uso
da suástica. Pois os professores (as) da escola não concordam com qualquer
estímulo a violência e nem tinham a intenção de gerar tal polêmica.
Aproveitaremos o ensejo para levar as escolas do município debates sobre o que
foi o nazismo, sua cultura de extermínio de minorias e etc. para que exemplos
desta natureza nunca mais se repitam na história da humanidade.
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