terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Resposta à colunista do Jornal Atual, Janete Almeida

Por José Afonso da Silva

No Jornal Atual desta semana, a colunista Janete Almeida, tenta, mas não consegue, colocar sua própria opinião a respeito do problema da violência nas manifestações, pelo contrário, apenas reproduz um factoide criado pela Globo, típico do pior estilo de jornalismo manipulador e desonesto, contra as manifestações, os partidos de esquerda e os movimentos sociais após a trágica e lamentável morte do cinegrafista da Band, Santiago Andrade.
Na coluna de titulo “Atos de Vandalismo”, Janete Almeida, com toda sua “sabedoria”, começa dizendo que as manifestações por direitos eram pacíficas, mas que a “adesão dos Black Blocs, um bando mascarados e arruaceiros transformaram as passeatas em atos de vandalismo”. Esquece a colunista, que as manifestações que eclodiram em junho do ano passado, foi justamente pela truculência e violência da polícia militar. Os Black Blocs, embora com um método (tática) equivocada, surgem exatamente como uma resposta a essa ação da polícia militar e não o contrário, como tenta colocar a colunista.
Janete Almeida, está absolutamente desinformada, quando diz que Santiago Andrade foi a primeira vítima dos confrontos nas manifestações e que se não for tomadas atitudes “outras fatalmente acontecerão”. Desde junho de 2013, cerca de 13 pessoas morreram em decorrência da ação da polícia militar, centenas de prisões arbitrárias e centenas de feridos, entre os feridos dezenas de jornalistas. Silenciar isso é querer esconder a verdade.
Janete Almeida, parece ter lido a revista Veja antes de escrever sua coluna, ao descrever Elisa Quadros (Sininho), de forma vil e leviana para o conjunto dos leitores do Jornal Atual, como uma criminosa. Chega-se ao ponto de insinuar que Sininho seria candidata nas próximas eleições. Um absurdo, pois Sininho faz parte de um “pensamento político” , digamos assim, que rejeita a participação nos processo eleitorais.
Mais absurdo ainda e bem na linha do que existe de pior no jornalismo regional, reproduz de forma acrítica uma campanha sórdida e mentirosa, movida pela Globo, Veja e os grandes veículos de comunicação, ao tentar envolver o PSOL (principalmente o dep. Marcelo Freixo), em supostos pagamentos de manifestantes em atos.
O PSOL é um partido formado por pessoas que militam por convicção política e não por dinheiro, ao contrário dos partidos da direita tradicional.
Como alguém minimamente séria pode reproduzir uma campanha de difamação a alguém, com base em suposições precárias e frágeis, apontadas por um advogado de milicianos cariocas? No mínimo se deveria averiguar melhor antes de emitir uma opinião a respeito. Sendo que essas informações que hoje estão sendo desmentidas pela própria imprensa que criou esses factoides.
Está mais do que claro que esta campanha movida pela grande mídia, ao tentar envolver o PSOL, tem dois objetivos: primeiro, Jogar areia no partido que não representa os interesses dos grandes negócios e nem da rede Globo, e por isso teve 30% dos votos no Rio de Janeiro e, segundo, criminalizar os movimentos sociais, numa tentativa de queimar perante a população as manifestações por direitos sociais e contra os excessivos gastos com a Copa do Mundo e os megaeventos por parte dos governos, em detrimento dos serviços públicos. A Lei Antiterrorismo é uma prova disso, pois na verdade, nada mais é que uma Lei “Antimanifestações”.
Janete Almeida, num parágrafo cheio de lugares comuns, termina seu artigo dizendo que falta um grande político capaz de acabar com a corrupção, investir em educação, blá, blá, blá ...orientando seus leitores a votarem corretamente nas eleições de outubro.
Pelo visto, na visão da colunista, esse tal político, salvador da pátria, não sairá das manifestações de rua e nem dos partidos de esquerda. Sua opção política fica clara aqui.

PS: É claro que a opinião da colunista não necessariamente representa a opinião do Jornal Atual, mas, neste caso, seria prudente o espaço para o contraditório.




Nenhum comentário:

Postar um comentário