quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Praça sem – tempo

Por Poeta (Marilene Ferreira de Souza)
Um poema em homenagem a história da Praça Luiz Gonzaga


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O palco foi montado
agora é palanque
para  políticos que  enriquecem seus bolsos
com o trabalho
dos assalariados.


A sanfona chora,
a asa branca perdida,
reclama a falta de tempo,
não há  mais dança
dentro ou fora
das salas de reboco.


Praça que já foi pomar,
ameixas, amoras e goiabeiras
exalavam seus perfumes.
Garotada, hoje,  anciãos
corriam de pés descalços
pra comprar  cocada
e jogar bolinha de gude
naquele chão.




 Praça que foi entreposto
Takeutis   plantavam batatas
e ali vendiam com muito gosto.
tempo esquecido,
quando  chegaram
os  esgostos .


Nas chuvas,
era ali que a agua drenava
lavando  a Pirajuçara,
hoje,  avenida dos “Fernandos
que  armando:”
 isolam
o morro, o povo
e também a praça.


Esquecida na emancipação
da cidade, transformada em
quintal da escola,
não havia maldade
renasce outra geração
com a alegria das bikes.


Sobraram ainda algumas
arvores,  força e sombra
 para conversas de
 fim- de-tarde.

Rotarianos chegaram
aplacaram comércio
de ponta-a-ponta
mais uma farsa
para os desmandos
da cidade.

Pira na praça
Praça no Pira
Recebe homenagem
Do chão dos fortes,
ganhou  placas de cimento, luzes
E a frieza dos dias.


Gonzaga firma resistência,
mas a música
Foi extinta, para
justificar  a lavagem do
ouro feita na surdina.

Eventos, pão e circo...
não era a  bandeira da juventude;
somando  forças com a
nação hip-hop,
dreads, rastas, rappers
Grafites e samba
Denunciam a desigualdade.

Castigada mais uma vez
Extinto o Sr. Liceu
Os  olhos nunca foram nossos
 E  a arte...  só   de alguns
Lotada  em noites de lua,
a  história grita
pedindo  justiça.

A praça de Luis  
É vendida ao tempo-poupado,
espaço para mais cansaço
exploração e pouco ordenado,
sobraram máquinas,
polícia e Casas Bahia.



Poeta-MTST



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