sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Maternidade Alice Campos Mendes Machado de Embu da Artes pede Socorro!

Recebi esta manhã denúncia sobre a situação da maternidade de Embu das Artes que após mudança da empresa responsável pela administração, vem passando por vários mudanças que colocam em risco o atendimento às pacientes e aos aos direitos dos trabalhadores (as) e médicos.
O relato, na qual não divulgo o nome da denunciante para evitar retaliações é grave e merece a atenção e mobilização da população do Embu e região.
Mais uma prova de que a terceirização e privatização da saúde visando apenas o lucro não interessa a população.


Bom dia,
Infelizmente a Maternidade do Embú (Alice Campos Mendes Machado) está passando por transformações que tem trazido prejuízo aos funcionários, pacientes  e principalmente à população de Embú.
A empresa CEJAM que era responsável pelas contratações dos funcionários perdeu a administração do Hospital e a nova empresa VIDAS assumiu desde 1/8/12.
Todos os funcionários foram inicialmente avisados que seria apenas uma mudança administrativa, e que não haveria corte de profissionais, porém  após a nova empresa assumir, tudo mudou e a verdade é que estão dizendo que todos os funcionários serão demitidos e ocorrerão modificações que irão prejudicar a adequada assistência médica e qualidade de atendimento aos pacientes.
A equipe de enfermagem foi toda demitida e a partir do dia 10/8/12 será substituída por funcionários sem preparo, que não fizeram treinamento na maternidade.
E para os médicos que forem trabalhar na maternidade, sujeitando-se a estas condições, estão dizendo que a forma de contrato não será a CLT, a única forma legal de se contratar medico. Querem pagar aos médicos como "caixa 2" , e valores menores dos que estão sendo praticados no momento.
Para um serviço de Ginecologia e Obstetrícia funcionar é necessário no mínimo 2 médicos de plantão por período, visto que é uma especialidade cirúrgica, com grande potencial de cirurgias complexas e de alto risco que devem ser realizadas por médicos especializados e aptos para tais procedimentos.
Infelizmente a empresa VIDAS tem uma visão muito mais empresarial do que assistencial e para conter gastos, decidiram que a Maternidade não terá mais 2 médicos GINECOLOGISTAS por plantão e sim terá apenas 1 médico, que será responsável por todos os leitos de pacientes internadas, atender sozinho todas as urgências e emergências e terá que fazer procedimentos cirúrgicos (partos, cesarianas, laqueaduras tubáreas, curetagens, cirurgias abdominais de urgência) auxiliados por um instrumentador cirúrgico (que não é médico) ou por médicos de outras especialidades (como Ortopedia/ Clínico Geral), que não tem conhecimento e nem aptidão para tais procedimentos.
Com isso, além dos médicos estarem sujeitos à péssimas condições de trabalho, as pacientes estão sujeitas a número maior de complicações, inclusive colocando sua vida e a do seu bebê em risco.
Muitas pacientes que já sabem dessas mudanças estão com medo, pois vários plantões já estão descobertos e funcionando apenas com um médico. Por isso, muitas pacientes não estão agendando as cesarianas e laqueaduras para os próximos meses, pois temem ter que ser operadas por um médico não especializado ou por uma enfermeira ou instrumentador que nem médico é.
Semana passada, várias gestante foram atendidas e liberadas por um Clínico Geral que estava de plantão no lugar que deveria ser de um médico ginecologista e obstetra.
O Diretor Clínico da Maternidade (Dr Kléber Cassius) se desligou do Hospital nesta semana, sem ao menos deixar substituto ou cumprir aviso prévio. Comunicou seus plantonistas por email avisando que não viria mais  que a responsabilidade da escala médica e dos problemas não é mais dele.
No presente momento os funcionários estão se sentindo ameaçados, coagidos, sem chefia, sem diretor da Maternidade, sem responsável pela escala de plantão, sem setor de RH (recursos humanos) para tirar dúvidas, sem equipe de enfermagem preparada.
Apesar de ser considerada uma Maternidade de baixo risco, a Maternidade do Embú é a única desta cidade e atende tanto gestantes de baixo risco com pacientes de Alto risco que não conseguem transferência para Hospital de Alto Risco. Por mês são atendidos uma média de 1550 pacientes e realizados 200 partos e 20 laqueaduras.
Ficar em apenas 1 médico plantonista é um absurdo que coloca em risco a qualidade de atendimento e certamente o maior prejudicado é o paciente.
A população precisa estar ciente de que a Maternidade está correndo um grande risco de perder o que é mais sagrado: um atendimento médico de excelência, visando o bem estar da gestante e do seu bebê, com o intuito de zelar pela saúde dos dois e prestar à população um serviço de qualidade máxima, pois eles merecem.
Ressaltamos porém que tudo que foi nos dito pela nova empresa  a respeito de demissões, ficar em um só medico, contratar instrumentadores, pagar o medico como "caixa 2", etc, foi dito somente por boca, sem documentação que possamos comprovar, pois cada hora dizem uma coisa, desmentem outras, e nós, profissionais da maternidade estamos à deriva de informações concretas, parecendo brinquedos nas mãos dessa nova empresa que não se mostra nada séria.
Esperamos que essas informações possam contribuir para que consigamos salvar a maternidade do Embu e consequentemente manter um atendimento adequado a todas as nossas gestantes que tanto carecem desse serviço.

Obrigado

Maternidade Alice Campos Mendes Machado

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