O relato, na qual não divulgo o nome da denunciante para evitar retaliações é grave e merece a atenção e mobilização da população do Embu e região.
Mais uma prova de que a terceirização e privatização da saúde visando apenas o lucro não interessa a população.
Bom dia,
Infelizmente a Maternidade do
Embú (Alice Campos Mendes Machado) está passando por transformações que tem
trazido prejuízo aos funcionários, pacientes e principalmente à
população de Embú.
A empresa CEJAM que era
responsável pelas contratações dos funcionários perdeu a administração do
Hospital e a nova empresa VIDAS assumiu desde 1/8/12.
Todos os funcionários foram
inicialmente avisados que seria apenas uma mudança administrativa, e que não
haveria corte de profissionais, porém após a nova empresa assumir, tudo
mudou e a verdade é que estão dizendo que todos os funcionários serão demitidos
e ocorrerão modificações que irão prejudicar a adequada assistência médica e
qualidade de atendimento aos pacientes.
A equipe de enfermagem foi toda
demitida e a partir do dia 10/8/12 será substituída por funcionários sem
preparo, que não fizeram treinamento na maternidade.
E para os médicos que forem
trabalhar na maternidade, sujeitando-se a estas condições, estão dizendo que a
forma de contrato não será a CLT, a única forma legal de se contratar medico.
Querem pagar aos médicos como "caixa 2" , e valores menores dos que
estão sendo praticados no momento.
Para um serviço de Ginecologia e
Obstetrícia funcionar é necessário no mínimo 2 médicos de plantão por período,
visto que é uma especialidade cirúrgica, com grande potencial de cirurgias
complexas e de alto risco que devem ser realizadas por médicos especializados e
aptos para tais procedimentos.
Infelizmente a empresa VIDAS tem
uma visão muito mais empresarial do que assistencial e para conter gastos,
decidiram que a Maternidade não terá mais 2 médicos GINECOLOGISTAS por plantão
e sim terá apenas 1 médico, que será responsável por todos os leitos de
pacientes internadas, atender sozinho todas as urgências e emergências e terá
que fazer procedimentos cirúrgicos (partos, cesarianas, laqueaduras tubáreas,
curetagens, cirurgias abdominais de urgência) auxiliados por um instrumentador
cirúrgico (que não é médico) ou por médicos de outras especialidades (como
Ortopedia/ Clínico Geral), que não tem conhecimento e nem aptidão para tais
procedimentos.
Com isso, além dos médicos
estarem sujeitos à péssimas condições de trabalho, as pacientes estão sujeitas
a número maior de complicações, inclusive colocando sua vida e a do seu bebê em
risco.
Muitas pacientes que já sabem
dessas mudanças estão com medo, pois vários plantões já estão descobertos e
funcionando apenas com um médico. Por isso, muitas pacientes não estão
agendando as cesarianas e laqueaduras para os próximos meses, pois temem ter
que ser operadas por um médico não especializado ou por uma enfermeira ou instrumentador
que nem médico é.
Semana passada, várias
gestante foram atendidas e liberadas por um Clínico Geral que estava de plantão
no lugar que deveria ser de um médico ginecologista e obstetra.
O Diretor Clínico da Maternidade (Dr Kléber Cassius) se desligou do Hospital nesta semana, sem ao menos deixar substituto ou cumprir aviso prévio. Comunicou seus plantonistas por email avisando que não viria mais que a responsabilidade da escala médica e dos problemas não é mais dele.
O Diretor Clínico da Maternidade (Dr Kléber Cassius) se desligou do Hospital nesta semana, sem ao menos deixar substituto ou cumprir aviso prévio. Comunicou seus plantonistas por email avisando que não viria mais que a responsabilidade da escala médica e dos problemas não é mais dele.
No presente momento os
funcionários estão se sentindo ameaçados, coagidos, sem chefia, sem diretor da
Maternidade, sem responsável pela escala de plantão, sem setor de RH (recursos
humanos) para tirar dúvidas, sem equipe de enfermagem preparada.
Apesar de ser considerada uma Maternidade de baixo risco, a Maternidade do Embú é a única desta cidade e atende tanto gestantes de baixo risco com pacientes de Alto risco que não conseguem transferência para Hospital de Alto Risco. Por mês são atendidos uma média de 1550 pacientes e realizados 200 partos e 20 laqueaduras.
Apesar de ser considerada uma Maternidade de baixo risco, a Maternidade do Embú é a única desta cidade e atende tanto gestantes de baixo risco com pacientes de Alto risco que não conseguem transferência para Hospital de Alto Risco. Por mês são atendidos uma média de 1550 pacientes e realizados 200 partos e 20 laqueaduras.
Ficar em apenas 1 médico
plantonista é um absurdo que coloca em risco a qualidade de atendimento e
certamente o maior prejudicado é o paciente.
A população precisa estar ciente
de que a Maternidade está correndo um grande risco de perder o que é mais
sagrado: um atendimento médico de excelência, visando o bem estar da gestante e
do seu bebê, com o intuito de zelar pela saúde dos dois e prestar à população
um serviço de qualidade máxima, pois eles merecem.
Ressaltamos porém que tudo que
foi nos dito pela nova empresa a respeito de demissões, ficar em um só
medico, contratar instrumentadores, pagar o medico como "caixa 2",
etc, foi dito somente por boca, sem documentação que possamos comprovar, pois
cada hora dizem uma coisa, desmentem outras, e nós, profissionais da
maternidade estamos à deriva de informações concretas, parecendo brinquedos nas
mãos dessa nova empresa que não se mostra nada séria.
Esperamos que essas informações
possam contribuir para que consigamos salvar a maternidade do Embu e
consequentemente manter um atendimento adequado a todas as nossas gestantes que
tanto carecem desse serviço.
Obrigado
Maternidade Alice Campos Mendes Machado
Obrigado
Maternidade Alice Campos Mendes Machado
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