Por José AFONSO da Silva
Nas caminhadas organizadas nos
bairros pelos dois candidatos da direita, Fernando Fernandes/PSDB e o candidato
de Evilásio, José Aprígio/PSB, vêm se deparando com fortes críticas dos
moradores sobre o alto valor do IPTU.
As respostas apresentadas pelos
candidatos, que parecem ter sido tiradas da cartola, demonstram que os mesmos
parecem não ter percebido o ódio coletivo contra o absurdo aumento iniciado em
2010 e deixam claro também que nenhum dos dois tem interesse resolver esta
questão.
No início da campanha, Fernando
Fernandes/PSDB, quando indagado se reduziria o imposto, respondia que faria um
estudo jurídico para avaliar as possibilidades legais.
Essa proposta não colou e
Fernando Fernandes, através de seu vice, apresentou a mirabolante proposta de
incentivar a coleta seletiva de lixo pela população e quem mais participasse
teria uma redução maior no valor do imposto. Essa proposta foi tão estapafúrdia
que nem mesmo Fernando Fernandes teve coragem de reproduzi-la.
Agora, Fernando Fernandes fala
abertamente em revisão e redução do IPTU.
Já o candidato de Evilásio, José
Aprígio/PSDB – diga-se de passagem um dos mentores do aumento na câmara - chegou
a apresentar a proposta de reduzir a taxa de esgoto como medida indireta para
amenizar o alto valor pago de IPTU. Hoje, Aprígio também fala em revisão e
redução do IPTU.
Está mais do que claro que as
respostas dos dois candidatos não passam de promessas que não serão cumpridas
ou mesmo levadas a sério, caso um desses seja eleito.
Aprígio aprovou o IPTU e Fernando
Fernandes não fez nada
Em 2009, por unanimidade dos
votos, os vereadores aprovaram a mudança na planta genérica que elevou o valor
do IPTU. Em alguns casos em mais 1000%. Essa mudança na planta genérica foi encomendada
por donos de imobiliárias e empreiteiras para estimular ainda mais a especulação
imobiliária no município.
Casas simples que antes não chegava
100 mil reais, como num passe de mágica triplicaram seu valor. As conseqüências
disso é que pequenas empresas, pequenos comerciantes e moradores estão sendo
expulsos do Taboão pelos altos impostos cobrados aqui.
Com a chegada dos carnês nas
residências no início de 2010, a indignação e a raiva foi geral. Houve manifestações
e até um Projeto de Lei de Iniciativa Popular para alterar a lei foi elaborado
pela população. No entanto, a insensibilidade e o rabo presos dos vereadores
fizeram com que os mesmos rejeitassem também por unanimidade o projeto de
iniciativa popular. Mais uma vez a câmara dava de ombros pra população.
Em 2011, estoura o escândalo do
IPTU e ai ficou claro pra todos quem foram os grandes beneficiados e os grandes
prejudicados com a lei aprovada em 2009.
É necessário fazer um amplo
estudo sobre a planta genérica do município, que seja transparente, democrático
e participativo sem a interferência dos interesses do mercado especulativo. Esse
estudo levaria em consideração alguns critérios: 1. quem pode mais, paga mais;
a questão social: famílias mais pobres, idosos, deficientes, áreas de risco e
desemprego; estabelecer IPTU progressivo para terrenos que só servem pra
especulação; medidas enérgicas para receber dos grandes devedores do IPTU os
valores atrasados, sob pena de expropriação; entre outras questões a considerar.
Dessa forma é possível rever o
absurdo aumento do IPTU e ao mesmo tempo permitir uma redução significativa em
seu valor. Mais do que isso, é necessário
que a população participe de forma real e efetiva das decisões sobre onde será
gasto o dinheiro arrecadado com o imposto, garantindo assim que esse dinheiro
de fato vá para os hospitais, escolas, etc.
Como se pode perceber, tanto Fernando
Fernandes como Aprígio falam em revisão e redução do valor do imposto, mas
falam apenas da boca pra fora, já que não têm nenhum interesse em cumprir suas
promessas.
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