terça-feira, 5 de junho de 2012

Professoras ADIs suspendem a greve, mas continuam lutando!


Por José Afonso da Silva

 Em assembleia na tarde de ontem, 04/06, na Apeoesp, as professoras ADIs decidiram por unanimidade suspender a greve iniciada na semana passada.
Foram seis dias de intensa mobilização por parte das professoras ADIs que demonstraram: a firmeza dessas profissionais para defender suas reivindicações, o apoio que têm junto a população e a postura antidemocrática e covarde do prefeito Evilásio Farias e de seu secretário de educação José Marcos dos Santos.

Histórico da greve
O dia 28/05, segunda-feira, foi de visita às escolas para conversar com os pais e convencer as outras ADIs que ainda não tinham aderido a paralisação. As visitas foram muito importantes, pois a adesão que estava em torno de 20% no primeiro dia de greve pulou para cerca de 50% na terça-feira.
No dia 29/05, terça-feira, por volta das 10hs, cerca de 60 professoras ADIs ocuparam o prédio da Secretaria de Educação para exigir negociação da pauta de reivindicação. Pressionado, o secretário de educação, José Marcos, se reuniu às 13hs com as ADIs, no entanto, ao invés de discutir a pauta, preferiu centrar a discussão em acusações e desqualificações às grevistas; expor suas mágoas com críticas feitas a ele no facebook; acusou a greve de ter fins eleitorais e etc.
Enfim, demonstrou não ter nenhum interesse em negociar com as professoras ADIs e demonstrou como nunca ser um secretario despreparado e desequilibrado para o cargo.
A noite, as professoras ADIs lotaram a Câmara Municipal, de onde saíram com um requerimento dos vereadores aprovado por unanimidade, na qual apoiava a greve e solicitava reunião com o prefeito Evilásio.
O próprio candidato do governo Evilásio, o vereador José Aprígio anunciou na tribuna da câmara que havia falado com o prefeito e confirmado a reunião de negociação que seria entre quarta e quinta-feira.
Nos dias 30 e 31/05,  enquanto aguardavam o dia e horário da reunião com o prefeito para discutir a pauta de reivindicação, as ADIs fizeram panfletagem aos  trabalhadores da Usina e de outros setores do funcionalismo que sofrem com os mesmos problemas das ADIs. Com panfletos e carro de som, as ADIs percorreram toda a cidade informando ao conjunto da população que estavam em greve, suas reivindicações e pedir apoio a sua luta.
No dia 30, sexta-feira, diante do silêncio do prefeito Evilásio Farias sobre o dia e horário da reunião de negociação, as ADIs fizeram um ato na prefeitura com cerca de 100 pessoas para exigir a reunião.
Evilásio estava na prefeitura, mas se recusou a receber a Comissão de Negociação das ADIs. Todos os portões de acesso à prefeitura foram cercados pelas ADIs e fincaram pé deixando claro que o prefeito Evilásio não sairia da prefeitura sem antes negociar.
A covardia de Evilásio foi tanta, que o mesmo ficou enclausurado em se gabinete esperando as ADIs irem embora.
No dia 04/06, segunda-feira, as ADIs fizeram visita às escolas, panfletaram nas praças de Taboão e coletaram assinatura do abaixo-assinado em apoio à greve.

Cidade Educadora, só mesmo no discurso
Mesmo com toda repercussão na imprensa local e embora tenham sido notificados formalmente da greve das ADIs, Evilásio e José Marcos procuraram ignorar a greve e fazer de conta que reinava a normalidade. José Marcos inclusive chegou ao absurdo de falar que só existiam 9 professoras ADIs paralisadas.
Agora, o fato mais vergonhoso foi à reunião realizada na secretaria de educação, na tarde de sexta-feira, 01/06, onde o prefeito e cerca de 10 ADIs, que não estavam paralisadas, se mancomunaram para discutir a greve e como desmobilizá-la.
Na contenda, mantida em segredo absoluto, Evilásio aproveitou para lascar a lenha nas ADIs e utilizar o velho e batido discurso que não poderia atender as reivindicações devido ao período eleitoral.
Enfim, não apresentou nenhuma proposta às pelegas que participaram da reunião, mas, foi oferecido cargos de livre-nomeados as presentes pelos serviços prestados contra a greve.
Esse é o método Evilásio de governar: “aos amigos tudo, aos inimigos, a lei!”

O papel dos Sindicatos na greve das ADIs
A greve das ADIs foi organizada pela Comissão Independente de Professoras ADIs de Taboão da Serra e contou com o apoio da Subsede Apeoesp de Taboão da Serra, do companheiros do MTST, do PSOL e do PSTU.
A pauta de reivindicação das ADIs, confundia-se com a pauta do conjunto do funcionalismo: trabalhadores da Usina, da saúde, da educação, do transporte, da cultura e etc. No entanto, os trabalhadores não acompanharam as ADIs na greve, o que fortaleceria e muito a luta das ADIs.
O apoio dos trabalhadores do funcionalismo de Taboão da Serra foi muito grande e animador, mas porque então não aderiram à greve?
A resposta a esta pergunta é que os dois “sindicatos” oficiais do município, o Sindtaboão e o Simproem, fingiram-se de mortos o tempo todo, fazendo o que sempre fazem, dando de ombros pra categoria que deveriam representar.
Na verdade, tanto o Sindtaboão como o Simproem, que antes andavam agarrados na barra da calça de Evilásio (pra não dizer outra coisa) servindo de agentes do governo contra o funcionalismo, agora, se abrigam sob as asas do tucano e pré-candidato Fernando Fernandes/PSDB.

A luta continua!
A greve acabou, mas a luta não! Por isso as ADIs votaram a suspensão da greve, mas o ritmo de mobilização continua na mesma intensidade. Hoje, todas estarão na Câmara para pautar suas reivindicações e exigir a reunião de negociação das reivindicações e reposição dos dias parados com o prefeito.
As ADIs também discutiram uma campanha para arrecadar fundos para aquelas companheiras que venham a ter dificuldades caso haja descontos dos dias parados e ajuda de todos será fundamental.
Num universo de cerca de 5 mil funcionários, as ADIs representam pouco mais de 200 profissionais. A disposição de luta, a coragem e a determinação são exemplos de inspiração pra qualquer categoria de trabalhadores.
Poucas vezes vi uma categoria que termina uma greve sem ter nenhum ponto de pauta atendido, e termina mais animada e disposta do que quando começou a greve.
Depois da greve as ADIs nunca mais serão as mesmas! Parabéns a todas que lutaram e não se venderam.

“ADI É PROFESSORA SIM, TEMOS OS DEVERES, QUEREMOS OS DIREITOS!”




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