Por Patrícia
Bravo
Os dados
comprovam aquilo que sentimos na pele, que é a demanda por 3 mil vagas em
creches para as crianças de 6 meses a 3 anos na cidade de Taboão da Serra.
Mesmo com a mudança de governantes o problema continua se arrastando. O atual
Prefeito, por exemplo, em 7 anos e meio não construiu nenhuma creche.
O que
surpreende a população é que agora, na véspera das eleições, foi anunciada a
construção de 4 creches, mas não se sabe ainda onde e quando serão construídas.
Para além da
ampliação é essencial a qualidade, ou seja, número reduzido de crianças por
sala, com ambientes lúdicos (parquinho, brinquedoteca, sala de leitura, sala de
audiovisual, dentre outros) e não salas abarrotadas e sem estrutura para atender
nossas crianças.
Outro fator
importante é a necessidade de investir e valorizar as profissionais que atuam
na educação infantil. É inadmissível o processo de precarização dessas
trabalhadoras promovida pelo Governo Evilásio, que contratou as chamadas Paps,
que integram o programa de apoio profissional, por salário de irrisórios R$
360,00 para uma jornada de trabalho de 5 (cinco) horas, de segunda a
sexta-feira.
Essas
lutadoras são verdadeiramente heroínas, pois lutam em benefício das crianças de
trabalhadoras, em trabalho que se pode dizer chega à beira da escravidão.
Outro exemplo marcante, são as Professoras ADIs (assistentes de
desenvolvimento infantil). Responsáveis pelas classes de educação infantil de 0
a 3 anos (maternal e mini maternal) desde 1999 até julho de 2011, quando no
“rolo” de escândalos de corrupção e denúncias o Prefeito promoveu alterações no
estatuto do magistério e as substituiu em sala de aula, e são obrigadas a
dividir o trabalho com as professoras do Jardim I. Substituem as professoras de educação
infantil, as de ensino fundamental e realizam atividades pedagógicas na
educação especial, completando jornada maior, por um salário que corresponde a
1/3 do salário de uma professora – mesmo
trabalho, salários diferentes!!!
O PSOL acredita
que a educação é a base para qualquer mudança mais profunda da sociedade, por
isso é fundamental um amplo investimento nessa área, que passa pela ampliação
de vagas, na educação infantil em tempo integral, garantia de uma boa
infraestrutura e principalmente pela valorização das profissionais que garantem
na ponta a qualidade do serviço.
Sobre a greve
das Adis
Após anos a
fio, se dedicando incansavelmente a educação infantil, tendo responsabilidades
pedagógicas e sociais com as crianças de 0 a 6 anos, além de crianças e
adolescentes com necessidades especiais deste município, as Assistentes de Desenvolvimento Infantil
(ADIs) decidiram no último dia 16/05 por unanimidade votada em assembleia na
sede da Apeoesp Taboão da Serra, entrar em greve no dia 28/05 por tempo
indeterminado. Entre as reinvindicações, as principais são: aumento salarial,
reenquadramento no estatuto do magistério, vale transporte. As Professoras Adis
tem as mesmas funções em sala de aula que um professor, com uma carga horaria
maior e 1/3 do salário (Professor=R$2300,00, Adi=R$835,00).
Começou então
uma luta árdua, cansativa e sem respostas do Governo Evilásio Farias. Foram
feitas panfletagens de explicativos a população sobre a greve, colheita de
assinaturas de apoio ao movimento, e no dia 01/06 um movimento em frente a
prefeitura com pais e mães de alunos, e também com o apoio do MTST, a espera
que o atual prefeito se manifestasse em atender a comissão de negociação das
Adis, mas de nada adiantou. A greve se estendeu até o dia 04/06, onde por
unanimidade em assembleia, foi votada o seu encerramento. Foi decidido que se
voltaria ao trabalho em “estado de greve”, pois conforme o Vereador Aprígio,
(candidato do prefeito ao próximo governo), garantiu que o prefeito Evilásio
atenderia a categoria no próximo dia 13/06 para as negociações, porém se o
mesmo não ocorrer, a greve continua.
O PSOL apoia o
movimento e a luta das trabalhadoras da categoria, e os demais trabalhadores
que lutam por uma vida mais digna, com trabalho qualificado, valorizado, por
uma saúde e educação de qualidade, para que possam viver com mais qualidade de
vida com suas famílias.
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