terça-feira, 12 de junho de 2012

CRECHES: UM DESAFIO PARA AS MULHERES


Por Patrícia Bravo
Os dados comprovam aquilo que sentimos na pele, que é a demanda por 3 mil vagas em creches para as crianças de 6 meses a 3 anos na cidade de Taboão da Serra. Mesmo com a mudança de governantes o problema continua se arrastando. O atual Prefeito, por exemplo, em 7 anos e meio não construiu nenhuma creche.
O que surpreende a população é que agora, na véspera das eleições, foi anunciada a construção de 4 creches, mas não se sabe ainda onde e quando serão construídas.
Para além da ampliação é essencial a qualidade, ou seja, número reduzido de crianças por sala, com ambientes lúdicos (parquinho, brinquedoteca, sala de leitura, sala de audiovisual, dentre outros) e não salas abarrotadas e sem estrutura para atender nossas crianças.
Outro fator importante é a necessidade de investir e valorizar as profissionais que atuam na educação infantil. É inadmissível o processo de precarização dessas trabalhadoras promovida pelo Governo Evilásio, que contratou as chamadas Paps, que integram o programa de apoio profissional, por salário de irrisórios R$ 360,00 para uma jornada de trabalho de 5 (cinco) horas, de segunda a sexta-feira.
Essas lutadoras são verdadeiramente heroínas, pois lutam em benefício das crianças de trabalhadoras, em trabalho que se pode dizer chega à beira da escravidão.
 Outro exemplo marcante, são as Professoras ADIs (assistentes de desenvolvimento infantil). Responsáveis pelas classes de educação infantil de 0 a 3 anos (maternal e mini maternal) desde 1999 até julho de 2011, quando no “rolo” de escândalos de corrupção e denúncias o Prefeito promoveu alterações no estatuto do magistério e as substituiu em sala de aula, e são obrigadas a dividir o trabalho com as professoras do Jardim I.  Substituem as professoras de educação infantil, as de ensino fundamental e realizam atividades pedagógicas na educação especial, completando jornada maior, por um salário que corresponde a 1/3 do salário de uma professora – mesmo trabalho, salários diferentes!!!
O PSOL acredita que a educação é a base para qualquer mudança mais profunda da sociedade, por isso é fundamental um amplo investimento nessa área, que passa pela ampliação de vagas, na educação infantil em tempo integral, garantia de uma boa infraestrutura e principalmente pela valorização das profissionais que garantem na ponta a qualidade do serviço.

Sobre a greve das Adis
Após anos a fio, se dedicando incansavelmente a educação infantil, tendo responsabilidades pedagógicas e sociais com as crianças de 0 a 6 anos, além de crianças e adolescentes com necessidades especiais deste município,  as Assistentes de Desenvolvimento Infantil (ADIs) decidiram no último dia 16/05 por unanimidade votada em assembleia na sede da Apeoesp Taboão da Serra, entrar em greve no dia 28/05 por tempo indeterminado. Entre as reinvindicações, as principais são: aumento salarial, reenquadramento no estatuto do magistério, vale transporte. As Professoras Adis tem as mesmas funções em sala de aula que um professor, com uma carga horaria maior e 1/3 do salário (Professor=R$2300,00, Adi=R$835,00).
Começou então uma luta árdua, cansativa e sem respostas do Governo Evilásio Farias. Foram feitas panfletagens de explicativos a população sobre a greve, colheita de assinaturas de apoio ao movimento, e no dia 01/06 um movimento em frente a prefeitura com pais e mães de alunos, e também com o apoio do MTST, a espera que o atual prefeito se manifestasse em atender a comissão de negociação das Adis, mas de nada adiantou. A greve se estendeu até o dia 04/06, onde por unanimidade em assembleia, foi votada o seu encerramento. Foi decidido que se voltaria ao trabalho em “estado de greve”, pois conforme o Vereador Aprígio, (candidato do prefeito ao próximo governo), garantiu que o prefeito Evilásio atenderia a categoria no próximo dia 13/06 para as negociações, porém se o mesmo não ocorrer, a greve continua.
O PSOL apoia o movimento e a luta das trabalhadoras da categoria, e os demais trabalhadores que lutam por uma vida mais digna, com trabalho qualificado, valorizado, por uma saúde e educação de qualidade, para que possam viver com mais qualidade de vida com suas famílias.

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