quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Nota sobre a violência policial na ocupação Carlos Mariguella e prisão arbitrária de coordenadora

Nota do MTST sobre as ações da polícia na Ocupação Carlos Mariguella

No dia 5 de janeiro, por volta das 21 horas, tivemos a infelicidade de mais uma vez receber a visita da polícia militar de Carapicuíba na ocupação Carlos Mariguella. Desta vez eles vieram prontos com provocações, tiros para alto, incendiando motos para provocar e incitar fatos que justificassem a criminalização dos acampados. E mais, levaram presa de forma arbitrária uma coordenadora por desacato. Logo após esta coordenadora ser ofendida pelos policiais com gestos obscenos e xingamentos.
A coordenadora detida, que estava gestante, narra que foi torturada psicologicamente a caminho da delegacia com ameaças de que a matariam e jogariam seu corpo no rio. Além de prática de injúria racial por ser uma mulher negra. Com falas racistas/machistas chamaram-na de vadia por várias vezes.
A atacaram enquanto um sujeito político, dizendo que o “local de uma mãe é cuidar dos filhos em casa e não estar na rua lutando”. Além disso, no 1° DP de Carapicuíba foi colocada para dividir cela com outros homens. Isso é um absurdo!! Por fim, na mesma noite a militante foi liberada.
Consideramos esses fatos absurdos, mesmo sabendo que cotidianamente na periferia a polícia militar age impunemente  com violência gratuita, abuso de autoridade, prisões ilegais e forjadas, torturas, criminalização da pobreza e racismo. A polícia militar em Carapicuíba tem se mostrado a antítese daquilo que um estado democrático, sendo um obstáculo e um atraso para a efetivação dos direitos constitucionais. Como o direito à luta pela moradia. 
Apenas para lembrar, no último 20 de dezembro, participamos de uma audiência pública na ALESP, organizada pela Comissão de Direitos Humanos onde denunciamos publicamente a criminalização da ocupação Carlos Marighella e todos os casos de violações de direitos e abuso de poder que ocorrem a todo instante por parte da polícia militar, do Ministério Público de Carapicuíba e de seguranças privados das mansões vizinhas.
Portanto, sabemos que esses acontecimentos nada mais são que uma resposta das elites aos que ousam lutar. Mas nós, do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, nada mais fazemos que é lutar pelo direito constitucional, da qual a propriedade deve cumprir sua função social.
Lutamos por uma vida digna. E por isso denunciamos a prática da polícia militar nas periferias, que na maioria das vezes ocorrem ilegalmente com abusos, mortes e gerando medo em toda população.
MARIGHELLA, PRESENTE 
HOJE E SEMPRE!
MTST, A Luta é pra valer!

Nenhum comentário:

Postar um comentário