Quando o governo Turco resolveu
derrubar as árvores da Praça Taksin para atender as exigências do mercado
imobiliário, vários setores da população turca protestaram e questionaram contra
a derrubada das árvores que existem na praça para que ali fosse construído um
shopping center, isso sem nenhuma consulta ou diálogo com a população.
Uma parcela da população apoiava
o empreendimento, pois vislumbrava a geração de empregos e a valorização da região
no entorno da praça, ja que melhoraria a fachada da cidade.
Em
27 de maio dezenas de pessoas ocuparam o Parque Gezi, parte da Praça Taksim. A
renitência do governo e a entrada das máquinas no terreno, fez com o
acampamento fosse transferido para o local onde seria construído o shopping.
Neste momento, a polícia reprimiu brutalmente os acampados, que resistiram bravamente.
O
exemplo de bravura das pessoas que ocupavam a Praça Taksin fez com que milhares
de pessoas passassem a apoiar aquele movimento em defesa da Praça. No dia 30 de
maio, estimulado também pela imprensa amarela, novamente a polícia lançou mão
de gás lacrimogêneo, bombas de efeito moral e toda a violência típica da
polícia militar.
O
excesso da policia militar detonou um processo onde milhões de turcos tomaram
às ruas de todo país em solidariedade aos defensores da praça. Só que agora, a
reivindicação não era somente a defesa da praça Taksin, mas também pelo direito
de expressão, por democracia, contra a violência policial, contra as remoções
do “Sulukule”, projeto de renovação urbana
que deslocava moradores tradicionais de áreas centrais para as periferias,
contra a islamização do país que restringia o uso de álcool entre outros
costumes ocidentais, desemprego, as condições econômicas da população mais
pobre, entre outras angústias entaladas na garganta da população.
A violência policial foi a gota d´água
que fez transbordar o copo, colocou
milhões de jovens, trabalhadores e
sem-tetos nas ruas do país num verdadeiro tsunami de manifestações, ao ponto do primeiro ministro turco,Tayyip Erdogan,
fazer o seguinte pronunciamento no
parlamento: “vocês não vão colocar o país em crise por causa de uma dúzia
de árvores”.
Poisé, o que antes era uma ação de
eco-chatos, vândalos e desocupados em defesa de uma dúzia de árvores,
ganhou o país e colocou o governo em crise.
No Brasil, as jornadas de junho
teve início com a luta por causa dos
20 centavos na tarifa de ônibus em São Paulo. Na Turquia, por uma
dúzia de árvores. Em Taboão da
Serra, contra o fechamento da praça Luiz Gonzaga.
Pelo menos esse é o nosso objetivo!
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