quarta-feira, 25 de julho de 2012

Solidariedade aos trabalhadores da Niasi! Não ao fechamento da empresa!

Por José Afonso da Silva e Stan Szermeta



A matéria produzida pela jornalista do Portal Taboanense, Lia Marques, causou grande impacto ao anunciar o fechamento da empresa de cosméticos Niasi de Taboão da Serra até o final deste ano.
Com o fechamento da empresa, cerca de 700 trabalhadores perderão seus empregos que migrarão para o estado de Goiás, onde os impostos e isenções fiscais são mais atrativos para empresas que visam grandes lucros de forma rápida.
A mudança no valor da planta genérica do município, aprovada por unanimidade pelos vereadores de Taboão da Serra, a pedido do prefeito Evilásio Farias, teve como conseqüência o aumento do IPTU e em alguns casos esse aumento ultrapassou 1000%.
Os efeitos desse aumento afetaram terrivelmente a população que não conseguia pagar os novos valores e gerou grande insatisfação e mobilizações por parte da população. Isso é só um exemplo de como temos uma carga tributária altamente injusta. Enquanto os trabalhadores pagam boa parte da sua renda em impostos, os ricos e grandes empresas pagam pouco e ainda tentam escapar.
Muitas empresas se viram “prejudicadas” e partiram pra negociatas espúrias com a quadrilha do IPTU comandada por vereadores e secretários do governo Evilásio ou demitiram seus funcionários para manter sua taxa de lucro intacta.
No caso da Niasi, a mesma já tinha sido comprada em 2008 pelo Seu Junior, como é conhecido João Alves de Queiroz Filho, proprietário do conglomerado Hypermarcas.
Com uma fortuna avaliada em 3,5 bilhões de reais, João Alves de Queiroz Filho, através da Hypermarcas, se especializou em comprar empresas com produtos similares à de grandes marcas, mas com preços mais baixos, para depois revendê-las.
A Hypermarcas se especializou em se aproveitar da guerra fiscal estabelecida entre estados e entre municípios. O objetivo da guerra fiscal é atrair empresas com isenção de impostos, concessão de terrenos e facilidades burocráticas. De preferência em regiões onde a mão de obra é mais barata e onde os trabalhadores não estejam organizados em sindicatos. Para isso tanto faz que a fábrica esteja em Taboão da Serra, Goiás ou na China.
Outra faceta da Hypermarcas é o financiamento de suas aventuras empresariais pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Em apenas duas operações da Hypermarcas junto ao BNDES: a compra da Mantecorp e da formacão da Biobrasil, foram emprestados 1,3 bilhões de reais. Ou seja, dinheiro público financiando empresa privada.
Essa é a base crescimento da Hypermarcas: benesses do estado, super-exploração dos trabalhadores e ataques a organização sindical. Não é à toa que as ações da Hypermarcas dispararam na bolsa de valores, o mercado especulativo adora empresas que saibam explorar seus trabalhadores.
Um bom exemplo disso é o que acontece com a General Motors de São José dos Campos, onde a empresa ameça constantemente sair da cidade e, mais recentemente, a mesma utiliza-se de prática de Lockout (greve patronal), o que é proibido por lei.
O mais incrível nisso tudo é o silêncio de Evilásio, de Aprígio e de Fernando Fernandes. Uma fábrica fecha, 700 trabalhadores vão pra rua e esses senhores nada falam.
Pior, fala-se a boca pequena que já um acordo com a empreiteira Abyara (uma das maiores empreiteiras do país), para a construção de um condomínio de luxo no local.
A Frente de Luta Socialista de Taboão da Serra (PSOL/PSTU), se solidariza com os trabalhadores da Niasi e afirma que se ganharmos a prefeitura do município, não permitiremos o fechamento da fábrica, condenando os trabalhadores ao desemprego, destruindo o patrimônio que poderia ser usado para satisfazer as necessidades do povo trabalhador. Temos várias outras experiências de fechamento de fábricas e os trabalhadores se mostraram capazes de garantir a produção e a adminstração dessas empresas.Com a ajuda de um governo democrático e com compromisso com os trabalhadores esses exemplo será potencializado e melhorado.

Foto de Eduardo Toledo

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