A matéria produzida pela
jornalista do Portal Taboanense, Lia Marques, causou grande impacto ao anunciar
o fechamento da empresa de cosméticos Niasi de Taboão da Serra até o final
deste ano.
Com o fechamento da empresa,
cerca de 700 trabalhadores perderão seus empregos que migrarão para o estado de
Goiás, onde os impostos e isenções fiscais são mais atrativos para empresas que
visam grandes lucros de forma rápida.
A mudança no valor da planta
genérica do município, aprovada por unanimidade pelos vereadores de Taboão da
Serra, a pedido do prefeito Evilásio Farias, teve como conseqüência o aumento
do IPTU e em alguns casos esse aumento ultrapassou 1000%.
Os efeitos desse aumento afetaram
terrivelmente a população que não conseguia pagar os novos valores e gerou
grande insatisfação e mobilizações por parte da população. Isso é só um exemplo
de como temos uma carga tributária altamente injusta. Enquanto os trabalhadores
pagam boa parte da sua renda em impostos, os ricos e grandes empresas pagam
pouco e ainda tentam escapar.
Muitas empresas se viram “prejudicadas”
e partiram pra negociatas espúrias com a quadrilha do IPTU comandada por
vereadores e secretários do governo Evilásio ou demitiram seus funcionários
para manter sua taxa de lucro intacta.
No caso da Niasi, a mesma já
tinha sido comprada em 2008 pelo Seu Junior, como é conhecido João Alves de
Queiroz Filho, proprietário do conglomerado Hypermarcas.
Com uma fortuna avaliada em 3,5
bilhões de reais, João Alves de Queiroz Filho, através da Hypermarcas, se
especializou em comprar empresas com produtos similares à de grandes marcas,
mas com preços mais baixos, para depois revendê-las.
A Hypermarcas se especializou em
se aproveitar da guerra fiscal estabelecida entre estados e entre municípios. O
objetivo da guerra fiscal é atrair empresas com isenção de impostos, concessão
de terrenos e facilidades burocráticas. De preferência em regiões onde a mão de
obra é mais barata e onde os trabalhadores não estejam organizados em
sindicatos. Para isso tanto faz que a fábrica esteja em Taboão da Serra, Goiás
ou na China.
Outra faceta da Hypermarcas é o
financiamento de suas aventuras empresariais pelo BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social). Em apenas duas operações da Hypermarcas
junto ao BNDES: a compra da Mantecorp e da formacão da Biobrasil, foram
emprestados 1,3 bilhões de reais. Ou seja, dinheiro público financiando empresa
privada.
Essa é a base crescimento da
Hypermarcas: benesses do estado, super-exploração dos trabalhadores e ataques a
organização sindical. Não é à toa que as ações da Hypermarcas dispararam na
bolsa de valores, o mercado especulativo adora empresas que saibam explorar
seus trabalhadores.
Um bom exemplo disso é o que
acontece com a General Motors de São José dos Campos, onde a empresa ameça constantemente
sair da cidade e, mais recentemente, a mesma utiliza-se de prática de Lockout
(greve patronal), o que é proibido por lei.
O mais incrível nisso tudo é o
silêncio de Evilásio, de Aprígio e de Fernando Fernandes. Uma fábrica fecha,
700 trabalhadores vão pra rua e esses senhores nada falam.
Pior, fala-se a boca pequena que
já um acordo com a empreiteira Abyara (uma das maiores empreiteiras do país),
para a construção de um condomínio de luxo no local.
A Frente de Luta Socialista de
Taboão da Serra (PSOL/PSTU), se solidariza com os trabalhadores da Niasi e
afirma que se ganharmos a prefeitura do município, não permitiremos o
fechamento da fábrica, condenando os trabalhadores ao desemprego, destruindo o
patrimônio que poderia ser usado para satisfazer as necessidades do povo
trabalhador. Temos várias outras experiências de fechamento de fábricas e os
trabalhadores se mostraram capazes de garantir a produção e a adminstração dessas
empresas.Com a ajuda de um governo democrático e com compromisso com os
trabalhadores esses exemplo será potencializado e melhorado.
Foto de Eduardo Toledo
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