Por José Afonso da Silva
No último
boletim da Subsede Apeoesp de Taboão da Serra (clique aqui para ler o boletimna íntegra), consta que uma professora da escola Lúcia de Castro, município de Taboão da
Serra, procurou a Apeoesp para dizer que estava sofrendo perseguições e
humilhações por parte da diretora e coordenadora da escola.
Segundo a
professora, a coordenadora da escola, Sra. Carmela, entrou várias vezes em sua
sala de aula sem sua autorização e adotando práticas antipedagógicas como
obrigar a professora a devolver trabalhos dos alunos e interferir em
explicações de exercícios.
A interferência
da coordenadora gerou uma situação em que os alunos perderam o respeito pela
professora e chegaram a xingá-la e nenhuma medida foi tomada em favor da
professora por parte da equipe gestora. A professora ainda foi impedida de fazer
contato com os pais dos alunos para discutir assuntos relacionados aos
problemas relacionados.
O boletim da
Apeoesp narra que em uma reunião ocorrida na escola, com a presença da supervisão,
a diretora ameaçou a professora, que é categoria “O”, e que caso a professora não
pedisse o rompimento do contrato, ela mesmo faria isso.
Ainda tentaram
fazer com que a professora se auto-incriminasse, assinando um documento em que
constava que ela não sabia dar aulas, nem garantir a disciplina da classe. Mas,
a professora se recusou a assinar e procurou a Apeoesp para se defender.
“Esta atitude
digna e corajosa é um exemplo para outros professores (as) desta escola fazerem
o mesmo, e também para todos os colegas de outras escolas que vem sofrendo nas
mãos de diretores e coordenadores carrascos.” (sic)
De acordo com o
texto do boletim da Apeoesp, “Estamos diante de uma prática truculenta de assédio moral de parte da diretora,
Sra. Sílvia, e da coordenadora, Sra. Carmela. A subsede vai exigir da Diretoria
de Ensino um posicionamento claro e inequívoco contra estas práticas e vamos
defender o direito ao trabalho da professora. Nesta semana, discutiremos com o
advogado da subsede o encaminhamento de processo de assédio moral contra as
gestoras. E vamos buscar o apoio dos professores, alunos e pais para defender a
professora e exigir a saída imediata da diretora e da coordenadora, devido ao
abuso de poder e às práticas antipedagógicas e autoritárias que vêm adotando, já de longa data.” (sic)
O caso de
assédio moral narrado no boletim da Apeoesp de Taboão da Serra, infelizmente, é
uma prática comum nas escolas da rede estadual, municipais, assim como nas
escolas da rede privada. A prática de assédio moral a um trabalhador ou
trabalhadora afeta a auto-estiva do assediado e provoca graves problemas de
saúde e de ordem emocional, levando a perda de produtividade no trabalho, assim
como o afastamento médico.
A escola Lúcia
de Castro é considerada uma das “melhores” escolas de Taboão da Serra e já foi a
primeira colocada no IDESP. No entanto, a escola sempre foi conhecida pelos
professores da rede como uma das mais autoritárias da região e esse
autoritarismo está arraigado na cultura implementada desde seu antigo diretor
que controlava a escola com mão de ferro.
Apesar da
postura antidemocrática desse diretor, a escola tinha uma fama de escola que
funcionava. Isso criou uma mentalidade entre país e alunos de que escola para ser
boa e “funcionar” deve ser gerida com mão de ferro, logo, abrindo mão dos
espaços coletivos, justificado qualquer postura autoritária. A escola chegou ao
ponto de se quer seguir as orientações da secretaria de educação do estado e
interferências das supervisoras da Diretoria de Ensino.
Não foram poucas
as denúncias de professores reclamando de atitudes de assédio moral,
infelizmente, a maioria não levou a denúncia a frente, seja por medo ou para
preservar o emprego.
Fato concreto é
que o assédio moral é crime e a única forma de combatê-lo é denunciando.
Guardar pra sim o problema não o resolve e acarreta problemas de saúde que às
vezes são irreversíveis, como depressão e síndrome do pânico.
A lição deixada
pela professora em denunciar deve ser seguida por todos os professores (as) e
trabalhadores (as) que se sentirem na mesma situação.
Embora nem todo posicionamento da direção em relação aos seus subalternos sejam considerados assédio moral, quem já foi chamado atenção por algum motivo deve atentar para a regularidade das advertências, pois para ser considerado assédio moral é preciso uma certa regularidade de ações da equipe gestora.
ResponderExcluirAbraços!