quarta-feira, 8 de maio de 2013

PROFESSORA SOFRE ASSÉDIO MORAL NA ESCOLA LÚCIA DE CASTRO


Por José Afonso da Silva

No último boletim da Subsede Apeoesp de Taboão da Serra (clique aqui para ler o boletimna íntegra), consta que uma professora da  escola Lúcia de Castro, município de Taboão da Serra, procurou a Apeoesp para dizer que estava sofrendo perseguições e humilhações por parte da diretora e coordenadora da escola.
Segundo a professora, a coordenadora da escola, Sra. Carmela, entrou várias vezes em sua sala de aula sem sua autorização e adotando práticas antipedagógicas como obrigar a professora a devolver trabalhos dos alunos e interferir em explicações de exercícios.
A interferência da coordenadora gerou uma situação em que os alunos perderam o respeito pela professora e chegaram a xingá-la e nenhuma medida foi tomada em favor da professora por parte da equipe gestora. A professora ainda foi impedida de fazer contato com os pais dos alunos para discutir assuntos relacionados aos problemas relacionados.
O boletim da Apeoesp narra que em uma reunião ocorrida na escola, com a presença da supervisão, a diretora ameaçou a professora, que é categoria “O”, e que caso a professora não pedisse  o rompimento do contrato,  ela mesmo faria isso.
Ainda tentaram fazer com que a professora se auto-incriminasse, assinando um documento em que constava que ela não sabia dar aulas, nem garantir a disciplina da classe. Mas, a professora se recusou a assinar e procurou a Apeoesp para se defender.
“Esta atitude digna e corajosa é um exemplo para outros professores (as) desta escola fazerem o mesmo, e também para todos os colegas de outras escolas que vem sofrendo nas mãos de diretores e coordenadores carrascos.” (sic)
De acordo com o texto do boletim da Apeoesp, “Estamos diante de uma prática truculenta de assédio moral de parte da diretora, Sra. Sílvia, e da coordenadora, Sra. Carmela. A subsede vai exigir da Diretoria de Ensino um posicionamento claro e inequívoco contra estas práticas e vamos defender o direito ao trabalho da professora. Nesta semana, discutiremos com o advogado da subsede o encaminhamento de processo de assédio moral contra as gestoras. E vamos buscar o apoio dos professores, alunos e pais para defender a professora e exigir a saída imediata da diretora e da coordenadora, devido ao abuso de poder e às práticas antipedagógicas e autoritárias que vêm adotando, já de longa data.” (sic)
O caso de assédio moral narrado no boletim da Apeoesp de Taboão da Serra, infelizmente, é uma prática comum nas escolas da rede estadual, municipais, assim como nas escolas da rede privada. A prática de assédio moral a um trabalhador ou trabalhadora afeta a auto-estiva do assediado e provoca graves problemas de saúde e de ordem emocional, levando a perda de produtividade no trabalho, assim como o afastamento médico.
A escola Lúcia de Castro é considerada uma das “melhores” escolas de Taboão da Serra e já foi a primeira colocada no IDESP. No entanto, a escola sempre foi conhecida pelos professores da rede como uma das mais autoritárias da região e esse autoritarismo está arraigado na cultura implementada desde seu antigo diretor que controlava a escola com mão de ferro.
Apesar da postura antidemocrática desse diretor, a escola tinha uma fama de escola que funcionava. Isso criou uma mentalidade entre país e alunos de que escola para ser boa e “funcionar” deve ser gerida com mão de ferro, logo, abrindo mão dos espaços coletivos, justificado qualquer postura autoritária. A escola chegou ao ponto de se quer seguir as orientações da secretaria de educação do estado e interferências das supervisoras da Diretoria de Ensino.
Não foram poucas as denúncias de professores reclamando de atitudes de assédio moral, infelizmente, a maioria não levou a denúncia a frente, seja por medo ou para preservar o emprego.
Fato concreto é que o assédio moral é crime e a única forma de combatê-lo é denunciando. Guardar pra sim o problema não o resolve e acarreta problemas de saúde que às vezes são irreversíveis, como depressão e síndrome do pânico.
A lição deixada pela professora em denunciar deve ser seguida por todos os professores (as) e trabalhadores (as) que se sentirem na mesma situação.




Um comentário:

  1. Embora nem todo posicionamento da direção em relação aos seus subalternos sejam considerados assédio moral, quem já foi chamado atenção por algum motivo deve atentar para a regularidade das advertências, pois para ser considerado assédio moral é preciso uma certa regularidade de ações da equipe gestora.

    Abraços!

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