Por José Afonso da Silva
Um dia de luta contra as
atrocidades dos megaeventos
A data escolhida para a jornada coincide
com início da Copa das Confederações, marcada para o dia 15 de junho.
Em todo
país, os movimentos que fazem parte da Resistência Urbana estarão organizando
ocupações de terra, travamento de rodovias, manifestações na porta dos
governos, panfletagens e etc, para denunciar e criticar os altos gastos
públicos para a construção de estádios de futebol em detrimento dos serviços
públicos. Também denunciará a forma desumana e cruel como comunidades vêm sendo
removidas e despejadas para a construção das obras dos megaeventos.
A mais
recente arbitrariedade foi cometida pelo governo de Sérgio Cabral foi a destruição
do Museu do Índio, que fica ao lado do estádio do Maracanã e de acordo com o
projeto de reforma do Maracanã, a área deverá ser transformada em um estacionamento.
O Museu do Índio, com área de 1.600 m², existe desde 1910 e foi desativado pela
ditadura em 1978. Mas estava ocupado por índios desde 2006 que batizaram o
espaço de Aldeia Maracanã. No último 23 de março, foram violentamente
despejados pela Tropa de Choque do Rio de Janeiro a mando do governo
Dilma/Cabral.
Dinheiro
público para o setor privado
Ao mesmo tempo, Dilma intensifica o processo
de privatização de portos e aeroportos. Ou seja, empresas privadas “compram”,
recebem dinheiro público para as reformas e ampliações e de brinde ganham o
direito de explorar esses serviços por 30 anos.
A contrapartida, a exemplo do que ocorreu
no último país sede da copa, a África do Sul, ficará apenas no papel, pois
muitas obras sequer ficarão prontas para os eventos. Sem falar que os atrasos
nas obras implicam em mais aumento dos gastos das mesmas.
O mercado imobiliário, as empreiteiras, as
grandes marcas e os grandes especuladores são os grandes beneficiados e por
conseguintes comemorarão os megaeventos de 2014 e 2016. Esses estão recebendo
bilhões em investimentos públicos e em aquisições de empresas públicas.
A copa do
mundo já tem seus perdedores
É o
negócio da China. A FIFA lucrará bilhões em patrocínio, propaganda e direitos
de imagem, mas quem põe a mão na carteira é o povo brasileiro. Depois das
comemorações e das festas, as seleções vão embora, mas as dívidas ficam para a
população e para as futuras gerações.
A FIFA
ainda impõe o estado de exceção, que inclui proibição de greves e
manifestações, vendas restrita de marcas que patrocinam a copa do mundo, além
de passar por cima da cultura nacional, como no caso das baianas que estão
proibidas de vender seus produtos dentro dos estádios.
Por essa e
por outras que os megaeventos já se mostram um grande engodo e justificam a
Jornada Nacional de Lutas.
A
Resistência Urbana estará organizando plenárias nos estados com o objetivo de
atrair e convencer outros movimentos populares da cidade e do campo a se
incorporarem nas ações da Jornada.
Site da Resistência Urbana: http://www.resistenciaurbana.org/
Movimentos que fazem parte da Resistência Urbana:
-
Circulo Palmarino
-
MFST (Movimento das Famílias Sem Teto)
-
MLP (Movimento de Luta Popular)
-
MPM (Movimento Popular Por Moradia)
-
MSTB (Movimento dos Sem Teto da Bahia)
-
MTST (Movimento dos Trabalhadores sem Teto)
-
MUST (Movimento Urbano dos Sem Teto)
-
Resistência Camponesa e Urbana do Piauí
- Terra Livre - Movimento popular do campo e da
cidade
Fotos do camarada Carlos Latuff: http://www.facebook.com/profile.php?id=100004256466943&fref=ts
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